Ameaças de traficantes de drogas da fronteira, contra uma família da região, foram cumpridas – pouco a pouco, em 2022. Somente uma filha do núcleo familiar principal escapou dos ataques mortais, cometidos em Campo Grande e Ponta Porã.
Conforme mostrou o TopMídiaNews, a família é da região de fronteira Brasil-Paraguai e alguns de seus membros têm ou tiveram envolvimento com o crime naquela região. Em dado momento, um grupo criminoso – motivado por vingança – ameaçou dizimar todos os integrantes do clã.
Para que as sentenças de morte não se concretizassem, parte do grupo deixou a fronteira e veio morar em Campo Grande. Este é um fato que chama a atenção da polícia, já que os assassinatos ocorreram poucos dias depois das vítimas chegarem à Capital do MS. Eram ‘’vizinhos novos’’, apontaram testemunhas.
Primeira morte
Leandro Gonçalves Martinez, 23 anos, foi executado a tiros, no dia 3 de outubro deste ano, em frente da casa onde havia chegado há poucos dias, na Vila Aimoré. Ele, inclusive, limpava o mato em frente à residência.
A investigação aponta que ele foi morto por vingança de traficantes da fronteira. A vítima, diz a polícia, tinha passagens por tráfico de drogas, homicídio em Ponta Porã, ainda quando menor de idade, e outros crimes em Guia Lopes da Laguna e Maracaju.
Casal
No dia 26 de outubro, Ana Cláudia Gonçalves Martinez e o marido, Pedro Celso Ajala Sanguina, foram atacados por pistoleiros, em uma casa, na Rua Circe, Portal Caiobá, em Campo Grande. Ela morreu no local e o esposo um dia depois, na Santa Casa. Os dois estavam na casa há apenas três dias.
Pedro era o irmão mais velho de Leandro, executado 23 dias antes. Ele respondia por um assassinato, cometido em 2010, em Ponta Porã.
Muro
Carlos Anhasco Espinaço, 39 anos foi a vítima mais recente da vingança promovida por bando de pistoleiros na fronteira. O homem, que era genro de Ana Cláudia e Pedro Sanguina – mortos em Campo Grande, em outubro, foi baleado e morto quando erguia o muro de casa, em Ponta Porã, na tarde de 11 de novembro.
A única sobrevivente da família – pelo menos a que vive em liberdade - é a esposa de Carlos Anhasco. Ela confirmou à imprensa de Ponta Porã, que a mãe dela, Ana Cláudia, também morta, viu cinco irmãos morrerem a tiros, nos últimos 12 anos.
Vingança
Alguns dos assassinatos registrados contra essa família, teriam ligação com Ronaldo Gimenes Martinez. Ele é irmão de Ana Cláudia e está preso em Campo Grande. O presidiário teria cometido, ao menos, sete homicídios em Ponta Porã e no Paraguai.