O pintor de casas Vitor Amaro Santos, 38 anos, se apresentou à polícia acompanhado de um advogado. Em depoimento, ele deu a entender que bancava o justiceiro no dia a dia.
Vitor é acusado de matar a tiros Cosmo Pereira, 46 anos, na manhã de 31 de janeiro, no Portal Caiobá, em Campo Grande.
O autor, antes identificado como militar, é, na verdade, filho de um aposentado do Exército, já falecido.
Segundo o delegado João Reis, ele alegou legítima defesa, mas não apresentou nem a arma usada no crime nem a faca que a vítima supostamente teria usado em ameaças.
Durante depoimento na quinta-feira (3), Vitor disse que, na fuga, jogou a faca em um matagal e deixou o revólver entre as pernas e o banco da moto.
Na sequência, como estaria sendo perseguido por dois homens em um veículo, ele narrou que perdeu a arma, recolhida pelos supostos perseguidores.
Ainda conforme o acusado, a arma tinha sido adquirida há cerca de nove meses, tomada de dois adolescentes que tentaram assaltá-lo.
Conforme o delegado, a história apresenta contradições que enfraquecem a tese de legítima defesa e Vitor pode ser indiciado por homicídio doloso. A pena para este crime é de 6 a 12 anos de reclusão.
No entanto, o inquérito ainda não foi fechado, uma vez que a polícia aguarda os laudos necroscópicos e o resultado da perícia do local do crime.
O crime
De acordo com informações colhidas no local, Cosmo foi assassinado com três tiros. Um dos disparos acertou o pescoço da vítima, que não resistiu.
Testemunhas contaram que a vítima morava de favor em uma casa da rua e apresentava problemas com moradores da região.
Na manhã da data, ele teria ameaçado o autor do crime com uma faca, dizendo que roubaria sua moto. O homem sacou um revólver e efetuou três disparos contra a vítima.
O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas a vítima já estava sem vida quando o socorro chegou.