O advogado Fábio Theodoro de Faria afirmou que a Justiça ainda não intimou o ex-parlamentar Alceu Bueno para apresentar defesa sobre o caso de participação em esquema de rede de exploração sexual de menores de idade. Enquanto isso, Bueno vem se "reabilitando" com a família, ainda conforme o profissional do Direito.

O ex-vereador e mais quatro pessoas, sendo dois ex-políticos, foram indiciados pelo titular DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), delegado Paulo Sérgio Lauretto.

Em relação ao ex-vereador, o advogado disse que Alceu Bueno está tentando se recuperar da situação. "Ele está melhorando, está tentando levar a vida e tentando retornar ao trabalho e se reabilitando ao convívio familiar. A gente pretende provar a inocência dele. Ao mesmo tempo que a mídia informa, ela já condena, e isto prejudica um pouco o caso", comentou. 

De acordo com Theodoro, o caso já foi encaminhado para Ministério Público Estadual e provavelmente já deve estar 'nas mãos do juiz', responsável por analisar o inquérito e decidir se aceita ou não a denúncia encaminhada pelo delegado. Só então, caso seja aceita a denúncia, o ex-vereador será intimado para apresentar a defesa. 

Entenda o caso

Fabiano Vianna Otero confessou ser, junto com Luciano Pageu, articulador do esquema de exploração sexual de menores que envolve o vereador Alceu Bueno (ex-PSL) e o ex-deputado Sérgio Assis (sem partido). A informação foi revelada em depoimento no último dia segunda-feira (27) ao titular da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), delegado Paulo Sérgio Lauretto.

De acordo com Lauretto, Fabiano confessou que eles articularam todo o esquema e que aconselharam as meninas a gravar os encontros tanto de Alceu Bueno quanto de Sérgio Assis. Sobre o dinheiro, fruto da extorsão contra o ex-vereador, Fabiano se contradisse.

“Ele confirmou a extorsão, mas apesar de Alceu ter falado em R$ 100 mil, Fabiano afirma não saber sobre os R$ 100 mil. Disse que só sabia que o valor a ser pago era R$ 50 mil, tanto que ele e Luciano receberam R$ 23,5 mil cada e que Robson recebeu R$ 3 mil do produto fruto de extorsão”, declarou Lauretto. O delegado disse ter questionado sobre o restante dos R$ 100 mil, mas que Fabiano não soube explicar, enfatizando que não participou das negociações que ficaram a cargo de Robson e Luciano. Com isso o caso foi encerrado.

Fabiano está preso em um das celas da DERF (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), onde Robson e Luciano também estão presos.

Delação

No último dia 30 de abril, o juiz da 7ª Vara Criminal de Competência Especial, Marcelo Ivo de Oliveira, aceitou o acordo de delação premiada proposto por Fabiano Viana Otero, por meio de seu advogado, Amilton Ferreira de Almeida. Antes de propor o acordo, Fabiano, que é acusado de aliciar menores e articular o esquema de exploração sexual, afirmou ter pelo menos mais 10 nomes de parlamentares e empresários envolvidos no esquema.

Com isso, o novo caso pode ser aberto para apurar o envolvimento de outros políticos no esquema. O caso segue sob sigilo de Justiça.