A Polícia Civil ainda trabalha para comprovar que a ossada encontrada em uma fossa séptica no bairro Tiaveirópoles é de Marília Débora Caballera, desaparecida há 12 anos. Na manhã desta quarta-feira (13), uma equipe de perícia esteve no local para identificar uma segunda fossa, relatada pelo caseiro, de 48 anos, que foi funcionário do casal na época do suposto crime.
De acordo com o delegado Messias Pires dos Santos Filho, há indícios da participação do homem na ocultação do corpo. Ele foi ouvido na manhã de ontem, terça-feira (12), e confessou ter enterrado cachorros no mesmo local em que a ossada foi encontrada. “É muito estranho que ele tenha enterrado animais lá e nunca tenha visto ou sentido um cheiro estranho”, explica o delegado.
Mesmo assim, segundo o delegado, será difícil comprovar o envolvimento do homem no caso. Segundo as investigações, o antigo companheiro de Marília possuía duas armas e uma delas teria sido entregue por um de seus filhos à Polícia Federal.
Os policiais esperam identificar possíveis vestígios dos projéteis das armas nos cômodos da casa. Nos ossos coletados não foram encontrados qualquer sinal de arma de fogo.
A polícia trabalha também, para identificar se os ossos encontrados junto aos da mulher seriam humanos. “Encontramos ossos que não são da mesma pessoa. Precisamos saber se são humanos e se não forem, precisaremos identificar se é de um possível feto”, disse o delegado ao, praticamente descartar, a segunda hipótese.
A identificação da mulher ainda não foi confirmada por falta do resultado do teste de DNA. No último mês, a empresa Silimed, fornecedora de próteses de mama, confirmou que o silicone encontrado ao lado dos ossos era de Marilia. Mesmo com a confirmação, a polícia não dá o caso por encerrado e o delegado Messias pediu mais prazo para encerrar o inquérito.
Caso
De acordo com informações policiais, Marília e o companheiro viviam um relacionamento conturbado. A jovem era usuária de drogas e teria se envolvido em várias discussões com o então companheiro, já falecido. A jovem desapareceu em outubro de 2003 e o principal suspeito do suposto homicídio é o namorado de Marília.
A ossada foi encontrada em março por um funcionário que fazia a limpeza do local. Os ossos estavam dentro de sacos de ração, o que leva a crer que a vítima foi esquartejada.
Policiais foram até o local. Foram constatadas fraturas no crânio, perto do olho, o que levanta suspeita de homicídio doloso.