Após grande repercussão do caso da menina de 10 anos, que engravidou após ser estuprada pelo tio, no Espírito Santo, vale destacar que existe o registro de diversos casos semelhantes, envolvendo crianças e adolescentes vítimas de estupro e outros delitos, em Campo Grande.
De acordo com a delegada titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Marília de Brito, até o dia 31 de julho deste ano, foram registrados 266 estupros de vulneráveis, entre outros delitos.
Além disso, cerca de 1.205 crianças e adolescentes foram atendimentos no setor psicossocial da delegacia. “Essas crianças foram atendidas para depoimento especial. Esse número de atendimentos foi prestado até o dia 31 de julho. Tivemos também um total de 1.288 boletins de ocorrência registrados, até essa data”.
Fique atento
Conforme a delegada, o isolamento do menor de idade por indicar que algo aconteceu de errado e a família precisa estar atenta ao comportamento da criança ou adolescente.
“Teve alguma modificação brusca de comportamento? É importante analisar isso, buscar a origem. Às vezes, a aproximação demasiada de alguém, ou um antagonismo muito severo com relação aquela pessoa... Queda no rendimento escolar, ansiedade, depressão, automutilação, isolamento... Todos esses são elementos de que alguma coisa está errada. O abuso traz esses sinais. O passo seguinte é buscar entender o que foi que aconteceu, se foi um abuso, se foi uma violência, se foi um fato comum da vida que deixou essa criança desse jeito”, diz Marília.
Segundo a delegada, não existe um perfil específico de abusadores, que podem estar em qualquer lugar e procuram permanecer em ambientes de convívio de crianças. “Locais que dão a ele acesso a essas crianças. Mas também tem aquele abusador de gerações. Que abusa da filha, da neta, da bisneta, da sobrinha, e da geração inteira da família”, afirma.