O ex-chefe do setor de licitações da Prefeitura de Maracaju Edmilson Alves Fernandes, e amigo do ex-prefeito Maurílio Azambuja teve a fazenda no valor de R$ 3,1 milhões, confiscada pela Justiça de Mato Grosso do Sul nessa terça-feira (15). A suspeita é que a propriedade localizada em Bodoquena-MS tenha sido comprada com dinheiro desviado do cofre público.
A Polícia Civil deflagrou a operação "Fraldas Fantasmas" em alusão a investigação de desvio de dinheiro da prefeitura. Os recursos seriam para a compra de fraldas, na gestão de Maurílio, mas nunca chegaram a população.
Edmilson Alves Fernandes foi preso em setembro do ano passado, após o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), deflagrar a Operação Dark Money.
Peculado e lavagem de dinheiro
Conforme a Delegacia de Polícia Civil de Maracaju, um inquérito policial foi instaurado para apurar os crimes de peculato, de lavagem de capitais, de falsidade ideológica e de integrar organização criminosa, pelo fato de, durante a gestão municipal anterior (2017-2020), ter ocorrido uma licitação para compras de fraldas, que nunca foram entregues.
Durante a investigação foi constatado que Edmilson também investigado e preso pelo DRACCO na Operação Dark Money, estava em processo de aquisição de uma fazenda, no valor de R$3,1 milhões, localizada no município de Bodoquena. Havia indícios, ainda, da existência de um contrato de gaveta, referente à compra e venda do imóvel rural mencionado.
A Polícia suspeitou que a compra da fazenda estava sendo feita com dinheiro obtido ilegalmente, tanto com a compra de fraldas que nunca foram entregues, quanto com valores oriundos de uma conta que movimentou desvios de mais de R$23 milhões do erário municipal de Maracaju.
Dessa forma houve o pedido de confisco da propriedade, e buscas e apreensões na fazenda e na residência do vendedor do imóvel, com o objetivo de apreender o contrato de gaveta.
Ainda conforme a Polícia Civil, Edmilson já havia pago R$1.7 milhões pela fazenda e arrendado o imóvel para terceiros.
A operação foi coordenada pela Delegacia de Polícia de Maracaju, com o apoio das Delegacias de Polícia de Miranda e de Bodoquena.