A família do jovem de 24 anos que morreu durante tratamento contra o alcoolismo em Campo Grande contesta a versão inicial registrada pela polícia e afirma que houve negligência médica. O caso aconteceu na madrugada desta quinta-feira (9), enquanto ele estava internado em uma comunidade terapêutica da capital.
Segundo o irmão da vítima, o jovem havia procurado diversas vezes o CRS (Centro Regional de Saúde) Nova Bahia nos dias anteriores à morte, reclamando de febre, náuseas e vômitos, mas teria sido medicado de forma simples e liberado logo em seguida. "Davam remédios como paracetamol e mandavam ele embora", relatou.
"Desde o dia 19 do mês passado, que ele ia para essa mesma unidade de saúde e ninguém nos dava um diagnóstico e não solicitavam exames. Não é fácil. Outras famílias podem passar por essa mesma situação", lamentou.
O parente também contesta a informação de que a morte tenha sido natural, como constou no registro policial inicial. "Não foi morte natural. O laudo aponta pneumonia e choque séptico. Sequer pediram um exame para ele. Isso foi negligência", afirmou.
De acordo com a família, o jovem estava há nove meses em tratamento, sem usar álcool ou outras substâncias, e receberia o certificado de alta terapêutica neste sábado (11). Após a conclusão do programa, ele iniciaria um estágio na própria comunidade, como parte do processo de reinserção social. "Ele já tinha recebido a alta terapêutica e só iria receber o certificado hoje", explica o irmão.
Segundo boletim de ocorrência, o jovem deu entrado na unidade com febre, vômitos e náuseas. Após um dia de internação na área vermelha, ele teve uma parada cardiorrespiratória e faleceu por volta das 00h10.
O caso foi então registrado como morte natural na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) - Cepol.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou "que o paciente em questão foi prontamente atendido em todas as suas idas à unidade de saúde, sendo estabilizado e liberado para casa com tratamento medicamentoso, que, segundo registros do prontuário, o próprio informou não ter dado prosseguimento".
"Tendo em vista essas informações, a Sesau informa que todos os serviços de consultas, exames e atendimentos prestados à população seguem protocolos do SUS (Sistema Único de Saúde), que estabelecem critérios de priorização com base em urgência, gravidade", finaliza.










