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Polícia

Gaeco entrega hoje relatório final da Coffee Break à PGJ

04 dezembro 2015 - 09h17Por Rodson Willyams

O promotor Marcos Alex de Oliveira, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado,) deve concluir nesta sexta-feira (4) o relatório sobre a investigação referente a Operação Coffee Break, iniciada no dia 25 de agosto deste ano.

Com a conclusão, o documento será encaminhado para o Procurador-Geral de Justiça, Humberto Brittes, que pode encaminhar a denúncia ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Segundo a assessoria de imprensa do Gaeco, os trabalhos estão na fase de final de conclusão e possivelmente devem ser encaminhados ainda hoje, no período da tarde, para a PGJ.

Coffee Break

A Operação Coffee Break é o resultado de duas operações realizadas, a ADNA do próprio Gaeco - que investigou o prefeito afastado Gilmar Olarte, do PP, em 2014, -em que o apontou como principal articulador em esquema estelionatário e investigado por crimes de corrupção passiva, continuidade delitiva e lavagem de dinheiro. O objeto serviu de base para abertura da Comissão Processante na Câmara a qual foi inocentado pelos vereadores.

Já a outro, se trata da Operação Lama Asfáltica deflagrada pela Polícia Federal em julho deste ano, que desmantelou a quadrilha especializada em fraudar licitações de obras públicas. O valor desviado dos cofres públicos chega a R$ 11 milhões podendo chegar até R$ 45 milhões de recursos desviados dos cofres públicos. 

Em todas as operações, tanto os promotores quanto os agentes flagraram conversas dos envolvidos sobre obtenção de vantagens, inclusive econômica, e oferecimento de vantagens como cargos na administração de Gilmar Olarte, antes mesmo, que o prefeito atual Alcides Bernal fosse cassado no dia 13 de março de 2014.

Após o cruzamento destes dados, os promotores encontraram irregularidades e o objeto foi alvo de inquérito preparatório para apurar as denúncias batizado de Operação Coffee Break.  

Desdobramentos

No dia 25 de agosto de 2015, os agentes cumpriram 13 mandados de condução coercitiva, em que nove vereadores, um ex-vereador e três empresários acabaram detidos para a realização de oitivas. No mesmo dia, o desembargador Luiz Cláudio Bonassini, autorizou o afastado do prefeito na época Gilmar Olarte, do PP, e do ex-presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar, do PMDB, ambos estavam impedidos de exercerem a função e de entrarem em prédios públicos. O vereador só conseguiu retornar a Casa de Leis, depois de abrir mão da presidência.

No mesmo dia 17 celulares foram apreendidos, dos quais passaram por perícia feita pelo Instituto de Criminalística. O material gerou um volume de 400 mil páginas entre ligações e mídias que estavam no aparelho. Os vereadores Carlos Augusto, o Carlão, do PSB, e Edson Shimabukuro, do PTB, entregaram celulares que não eram seus e quase foram afastados. Além disso, o Gaeco tentou afastar mais parlamentares que supostamente tentavam obstruir as investigações, mas todos foram negados pela Justiça.

Prisões

Prisão também foram decretadas em outubro. O prefeito afastado Gilmar Olarte e o empresário João Amorim chegaram a ter a prisão temporária decretada, ambos foram considerados foragidos da Justiça. Amorim se apresentou e ficou menos e 24 horas detido. Já Olarte cumpriu os cinco dias no Presídio Militar Estadual. O desembargador Bonassini entendeu que ambos teriam tentado obstruir as investigações realizada pelo Gaeco.

Outros nomes de peso foram ouvido durante oitivas como testemunhas, o ex-governador André Puccinelli, do PMDB, foi dos que estiveram depondo para o promotor, Carlos Naegele, dono do site MídiaMax foi outro que esteve na sede do órgão, além de vereadores como Carla Stephanini, do PMDB, que no dia chegou muito nervosa ao local.

Ao todo, nove vereadores da atual legislação são investigados. Edson Shimabukuro (PTB), Carlão (PSB), Airton Saraiva (DEM), Paulo Siufi (PMDB), Edil Albuquerque(PMDB), Chocolate (PP), Gilmar da Cruz (PRB), o ex-presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar (PMDB), o ex-secretário municipal de saúde Jamal Salem, do PR, o ex-veador Alceu Bueno.

Além deles há ainda os empresários João Amorim, principal envolvido na Lama Asfáltica, ao lado do genro, João Baird. Há também Fábio Portela Machinsky, ex-diretor de administração e finanças do Instituto Municipal de Tecnologia da Informação (IMTI), que segundo a investigação seria ligado a Baird. Por fim, a investigação do Gaeco durou dois meses e nove dias.