Familiares de Alfredo Oruê, de 24 anos, afirmam que ele sofre de esquizofrenia e teria tido um surto psicótico ao matar a própria mãe, Michely Rios Midon Oruê, de 47 anos, a facadas nesta quinta-feira (3), em Glória de Dourados. No entanto, a Polícia Civil apura outra versão: segundo informações, até o momento não há qualquer laudo que comprove o diagnóstico da doença.
De acordo com o Dourados News, Alfredo realizava acompanhamento psiquiátrico, mas os documentos obtidos durante a investigação mostram que o jovem era tratado apenas por ansiedade e depressão. O próprio médico que o acompanhava confirmou à polícia que Alfredo não possui diagnóstico de esquizofrenia.
A irmã de Alfredo, Thaysa Oruê Santos, gravou um vídeo nas redes sociais em que relata que o irmão sofria de transtornos mentais graves e já havia tentado tirar a própria vida em outras ocasiões. Segundo ela, Michely, que morava anteriormente em Sidrolândia e se mudou para Glória de Dourados para cuidar do filho, enfrentava uma rotina difícil ao lado do rapaz, com episódios de surtos e crises emocionais.
"Ele já se jogou do segundo andar, já tentou se matar com facada no pescoço. Longe da droga, da depressão, ele era uma pessoa boa. Minha mãe largou tudo em Sidrolândia pra tentar salvar ele", contou Thaysa.
Apesar do relato familiar, o inquérito policial se baseia em informações técnicas. Em depoimento, o acusado confessou o crime em detalhes. A polícia também considera que o jovem tinha plena capacidade de entender o que estava fazendo no momento do crime, apesar de alegar ter cometido o assassinato sob efeito de entorpecentes
Alfredo foi preso na manhã de sexta-feira (4), em Dourados, após fugir com o carro da família. Ele havia deixado o corpo da mãe nos fundos da casa, na Rua Ivinhema, bairro Jardim Canaã.
O crime chocou a população local e mobilizou familiares e amigos da vítima. Ele responderá por homicídio qualificado por feminicídio. A Polícia Civil segue as investigações e o jovem permanece preso preventivamente.