A Major da Polícia Militar, de 46 anos, que matou o ex-namorado Hilário Bueno de Camargo, 52 anos, com um tiro, já teria procurado a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher) com marcas de espancamento. O caso aconteceu na Vila Carvalho, em Campo Grande.
De acordo com a delegada titular da Deam, Fernanda Félix, a policial foi espancada pela roupa que usou em uma festa e por conversar com os participantes do churrasco.
“Eu atendi ela aqui ano passado, com rosto todo machucado, sangrando. Ela contou que estava numa festa e ele não gostou da roupa que ela usava e nem da atenção que ela dava para outras pessoas na festa. Eles foram para a casa dela, ele quebrou vários móveis no local e deu muitos socos no rosto dela. Ele também a trancou na casa desde as 23h até as 6h do outro dia. Ela conseguiu medida protetiva, mas ele nunca respeitou isso”, disse a delegada.
Segundo a delegada, Hilário não aceitava o fim do relacionamento e vivia tentando contato com a ex-namorada. “Ele ficava ligando, mandando mensagem, ia no trabalho dela... O celular dele foi apreendido para comprovar as ameaças. Ele sempre foi muito ciumento, essa medida foi concedida por cárcere, lesão corporal, ameaça e injúria”.
Conforme Fernanda, Hilário respondia por crime de lesão corporal em 2016, vias de fato em 2017 e ameaça em 2018. A ex-mulher de Hilário aceitou prestar depoimento na delegacia. “Ela disse que viveu por 15 anos com ele e apanhava todos os dias”, diz a delegada.
A faca utilizada por Hilário foi encontrada na escada da casa, que dá acesso ao quarto da Major.