O indígena Kaiowá Márcio Moreira, 35 anos, assassinado ontem (14), em uma construção do Residencial Analy, em Amambai, era liderança do movimento de demarcação das terras Guapoy. Dias antes, dele ser morto supostamente por pistoleiro, Marcio gravou um vídeo dizendo que não sairia da fazenda ocupada pelos indígenas.
Márcio gravou as imagens em frente ao local onde Vitor Fernandes, de 42 anos, foi enterrado. Fernandes, também da etnia Kaiowá foi morto no dia 24 junho durante confronto com a Polícia Militar, após lideranças reocuparem a fazenda, por entenderem que as terras pertencem aos Guapoy.
"Essa terra que chama fazenda é terra indígena. Estamos aqui na retomada dessa fazenda que é terra indígena. E por conta do nosso irmão, estar enterrado aqui, iremos permanecer. Por esse motivo."
O vídeo foi compartilhado pelo ativista Leandro Barbosa no Twitter.
Assassinado
Marcio Moreira e mais outro indígena foram chamados para supostamente fazer um serviço em uma construção em um residencial de Amambai.
Ao chegar ao local, havia um outro homem que começou a discutir com os indígenas e questionar se faziam parte da ocupação na fazenda. Minutos depois, o suspeito atacou os indígenas a tiros, e ainda desferiu golpes de faca contra ambos.
Marcio morreu no local, e o outro conseguiu fugir e pedir ajuda. Lideranças indicam que a morte foi armada e pedem justiça.
A Polícia Civil de Amambai diz que investiga o caso.
Aqui um vídeo do Márcio Moreira na retoma Guapo'y. Hoje, ele foi assassinado por pistoleiros numa emboscada, em Amambai (MS).
— Leandro Barbosa (@Barbosa_Leandro) July 15, 2022
Em frente ao local onde Vitor foi enterrado, outro Kaiowá assassinado, no dia 24 junho, ele diz:
"Essa terra que chama fazenda é terra indígena". pic.twitter.com/dND3FzssPS