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Polícia

MPF investiga favorecimento de Scaff à Amorim na gestão Olarte

24 maio 2016 - 19h03Por Airton Raes

O ex-secretário de Finanças, Receita e Controle de Campo Grande, André Scaff, é citado no inquérito do Ministério Público Federal (MPF), referente a Operação Lama Asfáltica, em sua segunda fase, Fazendas de Lama. O MPF apura suposto favorecimento de Scaff à João Amorim enquanto estava na administração municipal, então comandada por Gilmar Olarte, hoje no PROS.

Semana passada, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) realizou busca e apreensão de documentos na casa e Câmara Municipal, onde Scaff atua como procurador-jurídico. André Scaff informou a imprensa que a operação do Gaeco não teve relação com Lama Asfáltica.

De acordo com o inquérito da MPF, Amorim mantinha contato com André Scaff, na época secretário de Finanças de Campo Grande. Em diálogo gravado com autorização judicial em 18 de março, Amorim e Scaff conversaram em código, sugerindo que Scaff iria favorecer Amorim em suposto contrato.

André Scaff: ótimo, mas é, aquela conversa primeira nossa vai ter que ter por enquanto tá, pelo menos eu vou garantir que você vai ser o cara, só isso tá, o resto eu vou deixar rodar, entendeu?

João Amorim: não entendi, como é que é o negócio ?

André Scaff: eu quero que você seja a pessoa, e vai ser você pronto e acabou. Nada eu tô falando, a gente vai fazer.

João Amorim: sentiu que dá.

André Scaff: aham, vai ter que ser, é você, não tem outro organizado, já discuti isso aí, já bati boca.

"Esse diálogo, bastante suspeito, justifica a necessidade de buscas a serem realizadas junto a André Scaff”, conclui o MPF. Em 19 de maio o Gaeco realizou buscas na sala de Scaff na Câmara Municipal, de onde levaram um malote com documentos e na residência de Scaff. “Não tem nada haver com Lama Asfáltica ou Coffee Break”, disse André Scaff ao sair da delegacia após pagar fiança de três salários mínimos. Veja as imagens:

De acordo com o inquérito do MPF, a organização criminosa investigada na Operação Lama Asfáltica cobrava pagamento de empresários beneficiados com contratos junto à Prefeitura de Campo Grande. “Sugerindo que o alcande da sua atuação ultrapassava os limites do governo estadual. Dentre os interlocutores foi possível identificar Acir Magalhães, sócio da empresa JW Serviços E Construções LTDA, que possui contratos milionários com a prefeitura de Campo Grande celebrados com recursos federais destinados ao PAC 2. Importante destacar ainda que Acir é cunhado de André Scaff, secretário do município de Campo Grande”, destaca o inquérito do Ministério Público Federal.

Scaff foi secretário municipal de Finanças durante a gestão de Olarte, depois que o prefeito Alcides Bernal foi cassado pela Câmara Municipal de Campo Grande.