Depois de esperar mais de 5h para receber atendimento médico, uma paciente foi colocada novamente na fila de triagem no CRS (Centro Regional de Saúde) Tiradentes, em Campo Grande.
Segundo a assistente social, a paciente não escutou quando foi chamada.
Foram dois dias de luta na unidade de saúde, mas o segundo dia foi ainda mais humilhante.
Pela rede social a mulher conta que em sua primeira ida ao posto aguardou mais de 5h para ser atendida e saiu da unidade com um único medicamento.
"Desde ontem estou indo no posto, fiquei 5h para no final me darem um frasco de dipirona", relata.
Nessa segunda-feira (20), a paciente retornou 9h e sem receber atendimento questionou o motivo da demora, quando foi disseram ter chamado e ela não escutou o nome.
"Passei pela triagem era 10h10 quando deu 15h fui atrás da minha ficha e alegaram ter me chamado e eu não ouvi. Como me chamaram se desde a hora que cheguei estava sentada no mesmo lugar", questiona.
A indignação paciente ficou ainda mais indignada quando foi colocada novamente na fila de triagem para ser atendida.
"Questionei com a assistente social, ela foi verificar e depois fui chamada novamente para triagem. Isso foi um absurdo desde 9h sem ser atendida para depois me falarem que me chamaram e eu não ouvir e me colocarem na fila de novo. Sacanagem!", publicou.
A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) para verificar o problema no atendimento da paciente, que informou que o atendimento nas unidades de urgência e emergência, ou seja, nas UPAs e CRSs, se dá por classificação de risco e não por ordem de chegada. Desta forma, pacientes com maior gravidade são priorizados em detrimento dos demais. Em casos de pacientes com menor gravidade, classificados como azul e verde, o tempo para atendimento é de até 4h. Cabe esclarecer ainda que as unidades de urgência e emergência concentram pacientes nas enfermarias que ficam em observação e aguardam transferência hospitalar e que precisam ser assistidos de maneira periódica pelos profissionais. Quando o paciente não responde a chamada por algum motivo, subentende-se que ele se ausentou da unidade e sua ficha foi cancelada. Desta forma, é necessário que a ficha seja reaberta. E, conforme mencionado, a prioridade é para pacientes em situação grave, não sendo possível passar este paciente na frente dos demais, mesmo que justificada o fato dele não ter respondido a chamada'.