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Polícia

Padrasto assumiu assassinato de bebê porque esposa estava grávida

Após reviravolta, a polícia indiciou por homicídio mãe que confessou ter matado a filha de 1 ano

01 maio 2019 - 12h46Por G1/GO

A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou a sul-mato-grossense Jaqueline Vieira, de 21 anos, pela morte da filha, Emanuelly de apenas 1 ano, em Santa Rita do Araguaia, região sudoeste de Goiás.

Segundo a corporação, ela confessou o crime e responderá por homicídio qualificado, com aumento de pena por ter sido praticado contra descendente, porém, em liberdade. A jovem chegou a dar uma entrevista na qual chorou pela morte da criança.

O caso sofreu uma reviravolta durante as investigações, pois o padrasto da menina, Gabriel Felizardo Silva, chegou admitir, em um vídeo, ter praticado o assassinato. Porém, durante a apuração, ele admitiu ter assumido a culpa acreditando que a mulher estava grávida e não queria que ela fosse detida nessa condição.

Emanuelly foi morta no dia 19 de abril. Após ser agredida, ela foi levada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. O casal alegou que ela havia caído da cama. Porém, os médicos desconfiaram e chamaram a polícia.

Em depoimento, Gabriel confessou ter cometido o crime. Disse que bateu "com a mão fechada" na enteada porque ela estava chorando e não conseguia dormir. Ele também isentou a mulher. Logo em seguida, ele foi preso.

A versão, porém, não convenceu a polícia, que seguiu investigando. Em depoimento prestado na última segunda-feira (29), Jaqueline confessou o crime.

“Após nós mostrarmos a ela todos os elementos que a investigação já tinha levantado, no sentido de que ela teria sido a autora das agressões, ela então, foi, aos poucos, confessando e dando detalhes de toda dinâmica, de todas as circunstâncias desse fato”, disse o delegado Marcos Guerini, responsável pelo caso.

“Ela será indiciada por homicídio qualificado, em razão da impossibilidade de defesa da vítima, com aumento de pena em razão de que o crime foi praticado contra descendente”, completou.

Sobre a motivação, Guerini informou que a mulher disse que não era nada contra a filha. “O motivo, alegado por ela, acabou sendo um motivo íntimo, não de raiva conta a própria criança, foi mais uma explosão de raiva dela mesmo. A criança acabou estando no lugar errado na hora errada”.

O advogado de Gabriel, Nelson Oliveira Batista, disse que orientou o cliente a dizer a verdade.

“Perguntei a ele: ‘Você quer insistir com essa situação?’ Ele disse que não sabia que que a criança viria a falecer, eu não quero assumir essa situação por ela. Acho que ela deve pagar pelo que ela fez”, pondera.

No entanto, mesmo assim, ele responderá criminalmente por ter se acusado falsamente.