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Campo Grande

30/01/2025 15:00

Perícia aponta divergências na versão de marido que atropelou esposa no Nova Campo Grande

Perícia criminal encerrou laudo da reconstituição do atropelamento de Andressa, morta pelo marido Willames, em abril passado

30/01/2025 às 15:00 |

Felipe Dias

A perícia criminal finalizou o laudo que reconstituiu a cena do atropelamento de Andressa Fernandes Teixeira, de 29 anos, morta pelo marido Willames Monteiro dos Santos, 33 anos, em abril de 2024. O laudo final foi concluído no último dia 14.

A reprodução foi requisitada pela delegada Analu Lacerda Ferraz, da Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher), responsável pelas investigações. O exame foi realizado no fim de maio passado, porém só foi encerrado neste mês. A perícia reconstruiu os relatos de uma vizinha, que presenciou o caso e é testemunha nas investigações, além da versão de Willames.

Durante a reconstituição da vizinha, ela relatou que na tarde do crime, Andressa e Willames teriam bebido e discutiam. Por volta das 21h, a vítima teria saído e sentado na calçada de casa, próximo ao portão. Pouco depois, já dentro de casa, a vizinha ouviu um barulho no portão dos vizinhos e saiu para ver o que tinha acontecido. Ao chegar, viu a filha de Andressa na calçada, próximo ao portão, gritando para o pai parar o carro.

Neste momento, ela já teria visto a vítima embaixo do carro, entre a calçada e a rua. O portão estaria entreaberto devido à ação do carro ao sair da garagem. A vizinha ainda conta que Willames teria dado ré novamente, mesmo com a vítima embaixo do carro, sendo arrastada junto.

Ela relata que teria se posicionado ao lado do carro, gritando que ele parasse, pois a mataria, mas ele teria respondido para que ela não se intrometesse. Ainda segundo a vizinha, Willames só teria parado ao alcançar o galho de uma árvore. Foi quando teria parado de dar ré e retirou o carro de cima de Andressa.

Já Willames, em sua reconstituição, contou que, ao entrar no carro, o som estava ligado e os vidros fechados. Ele também disse estar bêbado, que não se recordava se chegou a pressionar corretamente o controle do portão e que conversava com o filho menor, sentado no banco traseiro.

Além disso, afirmou que quando deu ré, não percebeu nada de anormal e só quando já estava próximo à árvore é que sua filha teria batido no vidro, pedindo que ele parasse. Foi quando desceu, foi até a traseira e encontrou Andressa embaixo do carro. Willames afirma que não notou a presença de mais ninguém além dos filhos.

Segundo a perícia, após o término da reconstituição, foi possível verificar que a versão da vizinha é compatível com o posicionamento em que o corpo de Andressa foi encontrado e converge com os ferimentos observados. Nenhuma divergência foi relatada.

Já na versão de Willames foram contatadas duas divergências. A primeira é quanto ao relato dele de não ter ouvido a vítima nem o barulho causado pelo atropelamento devido ao som alto. Já a segunda é sobre não ter percebido a resistência do portão ao tentar sair da garagem nem a ação da elevação do carro ao passar por cima da vítima.

Segundo a perícia, ficou demonstrado que após o acionamento da marcha ré, o próprio veículo abaixa automaticamente o som para que o motorista possa ouvir o alerta sonoro do sensor de aproximação traseira. O carro possui câmera e alerta dos sensores de aproximação. Ambos são ativados em uma tela no painel do carro independentemente da vontade do motorista, relata o laudo pericial.

Quanto a segunda divergência, em reconstituição, Willames teria dito que a luz da garagem estava apagada, mas, segundo a análise pericial, mesmo com esta versão, seria possível verificar o portão a partir das luzes traseiras do carro. Os peritos também destacaram a resistência do portão, feito em metal, além da nítida elevação do carro ao passar por cima da vítima.

Com o encerramento do laudo pericial, o exame foi encaminhado à polícia. O caso continua em investigação.

Relembre o caso

Andressa foi atropelada pelo marido, Willames Monteiro dos Santos, na noite do dia 20 de abril, na Avenida Cinco, bairro Nova Campo Grande. 

Segundo o boletim de ocorrência, o casal passou o dia bebendo, quando teve uma discussão no fim da noite. Willames decidiu sair, mas Andressa ficou do lado de fora do portão trancado para impedir a passagem. O marido então deu marcha ré e atingiu o portão e Andressa.

Testemunhas alegam que Willames sabia que a esposa estava no local e, quando ouviu os gritos para pisar no freio, respondeu com um: "dane-se". A filha de 11 anos e o filho de 3 anos assistiram a tudo. A mais velha, inclusive, pedia em desespero para o pai parar. Foi ela também que pediu socorro no grupo da família.

A vítima foi arrastada por alguns metros e morreu no local. Socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e Corpo de Bombeiros tentaram manobras de ressuscitação, mas sem sucesso.

Vizinhos disseram à polícia que o autor tentou fugir, mas foi contido. A Polícia Militar relatou que Willames estava agressivo, ameaçando as equipes de socorro, e precisou ser algemado. 

Ele foi detido com escoriações no pulso e no pescoço, por reagir à prisão em flagrante. O irmão do autor ainda teria retirado o veículo do local, prejudicando a perícia.

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