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Polícia

09/08/2022 10:03

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Polícia Civil apreende dois computadores em investigação de assédio

Operação cumpriu mandados de busca e apreensão em razão de inquérito contra Marquinhos Trad

A Polícia Civil apreendeu dois computadores e peritos realizaram reconhecimento de cômodos na Prefeitura de Campo Grande. As equipes chegaram ao local nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (9), para cumprir mandados de busca e apreensão. A operação foi realizada em razão do inquérito instaurado para apurar denúncias contra o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD).

A delegada responsável, Maíra Pacheco disse à imprensa que houve o recolhimento de materiais pertinentes à investigação.  

“Viemos cumprir mandado de busca e apreensão. Nós apreendemos computadores e esse é o máximo que podemos falar em razão do segredo de justiça em que ocorre o processo. Apreendemos elementos de informação que possam ser pertinentes a investigação em curso”, disse a delegada.

Ela confirmou que se trata do processo que envolve o candidato ao Governo, Marquinhos Trad, e que a Perícia Técnica esteve nos cômodos indicados pelas vítimas tirando fotos, fazendo reconhecimento dos locais. “Os peritos estiveram nestes locais em razão da hipótese de ser local de crime.”

Equipes da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher), DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente) e Perícia Técnica estiveram no Paço. 

Reclamações

Funcionários da Prefeitura reclamaram do horário da ação policial. O diretor de comunicação do Executivo, Vacil José de Oliveira, alegou suposto 'espetáculo'. 

"Estamos à disposição da Justiça. Todos querem tudo esclarecido. É bom que a população tenha consciência de que é preciso esclarecer e, ao mesmo tempo, ficar atenta a um possível espetáculo, que pode ser feito por conta do período eleitoral. É preciso ficar atento ao momento e a motivação. Respeitamos o trabalho da Polícia."

O Coronel Ajala, coordenador de segurança do Paço Municipal, afirmou que a operação poderia ter sido feita em outro horário, e que a situação causou constrangimento aos servidores. "Não precisa disso. Precisamos de um trabalho limpo e verdadeiro. O nosso procurador recebeu a equipe. Tivemos que abrir o Plenarinho para colocar os funcionários, e são 9 horas da manhã e nossos funcionários sem poder fazer o atendimento."

Defesa de Marquinhos

Em nota, a assessoria do ex-prefeito afirmou que "mesmo feita de forma midiática, com presença de diversas viaturas da polícia, para prejudicar a candidatura ao Governo do Estado de Marquinhos Trad (PSD), a operação desta terça-feira vai favorecer a defesa, pois comprovará que algumas das supostas vítimas nunca estiveram na Prefeitura Municipal de Campo Grande, evidenciando a armação em curso".

"Marquinhos Trad é vítima de uma ação orquestrada para atingir sua candidatura e as advogadas de defesa de Trad, Dra. Andréa Flores e Dra. Rejane Alves de Arruda, já tomaram uma série de medidas jurídicas contra a campanha caluniosa, baseada em denúncias falsas. O movimento começou na pré-campanha, quando um grupo que quer minar a candidatura do ex-prefeito cooptou mulheres para prestarem falsas denúncias de assédio sexual. A defesa tem evidências, registradas por uma das denunciantes em cartório, que comprovam a armação", completa.

Denúncias

No mês passado, o secretário da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), Antônio Carlos Videira, confirmou que ao menos três mulheres denunciarem assédios e os casos estão sendo investigados. O ex-prefeito nega qualquer acusação e fala em uso político.

Segundo o Metrópoles, três vítimas apresentaram quase a mesma versão sobre os fatos em que diziam passar por dificuldade financeira e eram atraídas até o gabinete do, na época, prefeito de Campo Grande.

Nos depoimentos, as mulheres explicaram que foram cortejadas por Marquinhos Trad, que usava de truques de mágicas com baralho e depois manifestava o desejo por relações sexuais. Havia também uma promessa de emprego na prefeitura.

Das três mulheres que se dizem vítimas de Trad, duas afirmam ter mantido, por algum tempo, relações sexuais consentidas dentro do gabinete do prefeito.

A delegada Maíra Pacheco, responsável pelo caso, explicou que a investigação "corre em absoluto segredo de Justiça, não só em razão da proteção às integridades físicas e também mentais das vítimas como também com relação aos suspeitos dos crimes ali que estão sendo investigados precisamos nesse momento".

Para a delegada, é necessário ter cautela para não causar exposição, nem um pré-julgamento. Ela ainda reforçou que está materializando o inquérito com algumas diligências.

Marquinhos Trad nega e diz que não é a primeira vez que tentam desestabilizá-lo. Ele relembra que, antes de deixar a Prefeitura de Campo Grande, novos ataques teriam sido feitos.

"No meu caso, começaram os ataques antes do dia 2 de abril, que era para tentar me demover da ideia da renúncia, porque eles querem ganhar por W.O e usam todos os artifícios que eles possam ter utilizar. Inclusive, atingir a família, as minhas filhas, minha esposa. A gente lamenta, mas já era de se esperar".

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