O professor de inglês, de 36 anos, investigado por abusar sexualmente de alunos de uma escola municipal em Campo Grande, foi preso na manhã desta terça-feira (10), em sua residência no bairro Recanto das Paineiras, por policiais da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

O profissional já estava na mira da polícia desde o mês de novembro do ano passado, quando começaram as acusações contra ele por um abuso a uma criança, de 9 anos.

Contudo, as denúncias foram aumentando gradativamente. Com vários inquéritos sendo abertos e sendo investigados afundo pelos delegados da Depca, o número finalizado foi de 14 crianças, todos alunos do ex-professor da rede pública, com as vítimas tendo de 4 a 11 anos.

Segundo as informações da delegada titular da Depca, Anne Karine Trevisan, as crianças envolvidas nos inquéritos foram ouvidas após passarem por depoimento especial e confirmaram os abusos sexuais. Na versão das vítimas, o educador aproveitava que estava sozinho com a criança para colocá-las no colo.

Em alguns momentos, também, o professor ficava por detrás da mesa passando a mão nos órgãos genitais, bumbum e coxa das crianças, sendo a maioria do sexo masculino. Os fatos eram reiterados pelo educador, que prometia balas e entregava seu celular para que as crianças pudessem usar a internet como forma de distraí-los.

Quando interrogado, o professor negou que tivesse cometido os abusos sexuais e informou ter hábito de beijar e abraçar seus alunos, mas, segundo ele, era apenas um gesto de carinho.

Relembre

A primeira denúncia foi realizada no dia 28 de outubro, quando a mãe procurou a polícia para denunciar o que o filho contou. Segundo relato, o professor além de presentear constantemente o aluno, sempre próximo ao final da aula, chamava a criança até sua mesa a fim de atrasá-la em suas atividades e ficava conversando. No dia, o menino contou para a mãe que o autor tocava seu corpo.

O segundo caso foi registrado no dia 11 de novembro, quando a segunda mãe ficou sabendo através da primeira sobre os abusos do filho da comunicante e decidiu questionar o próprio filho que também contou ter sido abusado. 

Na época a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou, por meio de nota oficial, que "após ter conhecimento do caso, afastou o professor em questão da Rede Municipal de Ensino" e que todas as medidas foram tomadas.

"Cumpre esclarecer que o caso já é de conhecimento da escola e da Semed e todas as medidas foram tomadas para o atendimento socioemocional e psicológico dos alunos e das famílias." A Secretaria indica também que "a unidade escolar e a Semed estão dando o suporte necessário para garantir o bem-estar dos alunos e seus familiares", e que "a Semed não tolera qualquer tipo de violência dentro e fora do ambiente escolar".