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Polícia

Rafael viu corpo de Izabelle antes da polícia, mas ‘sumiu’ do Boletim de Ocorrência

Uma série de mistérios cerca a morte da veterinária e os desdobramentos policiais

20 janeiro 2020 - 07h00Por Vinícius Squinelo

Procedimentos policias incomuns, para dizer o mínimo, ocorreram após a morte da médica veterinária Izabelle Cristovam Coutinho, 29 anos, após um suposto surto na saída de um motel, na BR-262, em Campo Grande. Apontado como acompanhante, o empresário Rafael Valler, 30, sequer foi apontado no boletim de ocorrência inicial, para se ter uma ideia.

Izabelle morreu de uma parada cardiorrespiratória e foi encontrada no acostamento da rodovia. Antes testemunhas apontaram que ela gritava ‘ele vai me matar, ele vai me matar’, rastejava e espumava na boca. Substâncias análogas à cocaína foram encontradas no quarto de motel onde ela estava com Rafael.

Aqui começam as ‘estranhezas’ investigativas. De início – ainda conforme testemunhas – Rafael tentou prestar socorro e colocar a acompanhante no veículo; sem sucesso, fugiu. Porém, retornou e chegou ao corpo já falecido de Izabelle antes da Polícia Civil ou da perícia, conforme apurou o TopMídiaNews.

Mesmo assim, no registro policial inicial ele não foi indicado como suspeito, ou sequer testemunha. No Boletim, Rafael não é citado, vejam os envolvidos, sem o nome dele:


Apenas seu veículo, uma Amarok, consta no B.O., e com a placa escrita quase escondida. Observem o B.O., onde consta que o motorista não havia sido identificado:


Misteriosamente, no dia posterior à morte da médica veterinária, o advogado de Rafael entrou em contato com à Polícia, afirmando que ele iria prestar informações.

E mais: por falta de um delegado, três estiveram entre o local do crime e o Instituto Médico e Odontológico Legal, conforme apurou a reportagem. Para completar, o processo foi colocado sumariamente em segredo de Justiça pela Polícia.

Em resumo básico, os fatos são simples: há suspeita de envolvimento com cocaína, uma morte a esclarecer, uma possível omissão de socorro e uma cena de óbito onde as características podem ter sido alteradas, além da liberação, pelo menos do registro oficial, da testemunha mais próxima do caso. Um procedimento, como dito, no mínimo incomum.