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Polícia

18/07/2018 17:00

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QG em ruínas: Amorim dá calote em condomínio da Quinta Avenida e é cobrado judicialmente

Na sala do empreiteiro fechavam-se negociatas e cafezinho era servido como pretexto para pagar propina

O empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos, preso desde maio deste ano, em Campo Grande, por crime de corrupção, tem sido cobrado judicialmente por não pagar a taxa de condomínio do Edifício Galeria Quinta Avenida, situado na rua doutor Arthur Jorge, centro da cidade. 

Nesse local, funcionou por década uma espécie de “QG” de crimes como lavagem de dinheiro, superfaturamento de obras e fraudes em licitações promovidas pelo governo de Mato Grosso do Sul, na gestão do então governador André Puccinelli (MDB) – 2007-2014, segundo investigações conduzidas pela Polícia Federal, Receita Federal e Controladoria-Geral da União.

Ali nas salas 91 e 92 eram fechadas negociatas que envolviam milhões de reais, recursos tirados dos cofres estaduais, conforme revelou a Lama Asfáltica, operação da Polícia Federal, deflagrada em julho de 2015. 

Dinheiro que circulava no QG do Amorim era arrecadado por meio de superfaturamento de obras, cobrança de propina e até de pavimentações de estradas que eram pagas pelo Estado e não concluída como o combinado nos processos licitatórios, segundo a PF.

João Amorim, dono de empreiteiras, seria, segundo a PF, um dos homens fortes do esquema, em parceria com o ex-deputado federal e ex-secretário estadual de Obras, Edson  Giroto, outro preso por corrupção desde maio passado. (Ele também é cobrado por calote em condomínio).

Na ação de cobrança de condomínio contra o empreiteiro que mais vencia concorrências por obras no Estado é narrado que ele alugou as duas salas em dezembro de 2016. 

À época, a conta girava em torno de R$ 63 mil – João não havia pagado as taxas referentes ao período de 5 de novembro de 2014 a 5 de novembro de 2016, inadimplência que durava dois anos, portanto.

Ainda de acordo com a apelação, João Amorim reconheceu a dívida e prometeu quitá-la em parcela, mas isso não ocorreu. Ele pagou duas prestações e não mais cumpriu o acordado, daí foi contestado judicialmente.

“Procurando a solução mais prática, o Exequente [cobrador] telefonou várias vezes para o Executado [João] insistindo para que efetuasse os referidos pagamentos, porém nenhum resultado satisfatório se obteve. Apesar de toda a boa vontade do Exequente em solucionar a questão da dívida, o Executado continuou inadimplente e não cumpriu o restante do acordo. Desta feita, o Exequente não encontrou outra opção que não fosse ajuizar a presente ação para receber o saldo devedor que importa no valor de R$ 49.948,32 que deverão ser atualizados até a presente data com juros e correção monetária”, diz a ação de cobrança.

Na última mexida da ação, a juíza da 7ª Vara Cível de Campo Grande, Gabriela Muller Junqueira, manda João pagar a conta e se isso não for efetuado que o oficial de Justiça proceda “de imediato a penhora de bens, a qual deverá recair sobre os bens indicados pelo credor, se o caso, e sua avalição, lavrando-se o respectivo auto e, na mesma oportunidade, intimar o executado e seu cônjuge em se tratando de penhora de bem imóvel”.

O QG de João Amorim no edifício Quinta Avenida era frequentada também, segundo a PF, por empresário que ali iam "tomar um cafezinho", pretexto para receberem dinheiro de propina.

João Amorim e Edson Giroto estão presos desde maio, em Campo Grande, por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal). Advogados dos dois tentam tirá-los por meio de recursos, mas a corte máxima do país ainda não marcou audiência para examinar os pedidos.

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