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Política

16/04/2014 13:00

A sanha de imputar acusações não deve romper aliança PT/PSDB

Analisando

As eleições de outubro de 2014, que pareciam ter suas principais composições definidas, podem sofrer uma reviravolta causada pelos "interesses nacionais acima de tudo". Em que pese a lambança que envolve os descaminhos do PMDB, um partido que sofre um desgaste precoce pelo fato de fazer alianças as mais diversas, ignorando programas partidários e mirando um pragmatismo e fisiologismo de poucos precedentes, uma guerra fratricida entre PSDB e PT, que disputam "suas" verdades absolutas, pode quebrar uma aliança e alterar as eleições em Mato Grosso do Sul. É o que pretendem os adversários domésticos.

A coligação que lançaria a chapa encabeçada pelo senador Delcídio do Amaral (PT) ao governo do Estado e o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) ao Senado, estando abertas a vice-governadoria e a suplência ao Senado para acomodar tantos outros partidos que sinalizaram formalizar alianças, corre o risco de se a primeira e inocente vítima a ser abatida na troca de tiros.

Como à mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta, o simples fato de o senador Delcídio haver ocupado a diretoria de Gás e Energia da Petrobrás quando da realização da compra das turbinas da Alston e haver indicado um técnico de carreira da empresa, Nestor Cerveró, para a diretoria, e este diretor ser o responsável pelo relatório falho que resultou na absurda compra da Refinaria de Pasadena, ao que tudo indica o senador pagará um alto preço político por isso.

No caso da refinaria de Pasadena, como os detalhes ficam perdidos em meio ao tiroteio, até o momento ninguém questionou os motivos que teria o diretor, ou de quem partiu a ordem para que Cerveró adulterasse um relatório que provocou vultoso prejuízo. Sequer foi aventado os motivos que levaram "todo" o Conselho da Petrobrás, presidido na época pela ministra da Casa Civil do governo de Luis Inácio Lula da Silva, Dilma Roussef, e composto pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, o ex-ministro e atual governador da Bahia, Jaques Wagner (PT); o ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra (PT); Gleuber Vieira, ex-comandante do Exército. Como acionistas privados, o empresário Arthur Antonio Sendas (falecido em 2008); empresário Jorge Gerdau Johannpeter e Fabio Colletti Barbosa, ex-presidente do Banco Real e do Santander Brasil e atual presidente-executivo da Abril S.A.; a aprovarem tal relatório.

Não é possível supor que um conselho formado por ministros e empresários de tal gabarito não tenham se atentado ao fato de não constar do tal relatório as cláusulas "Put Option" e "Marlim", dizendo hoje que estas cláusulas - fundamentais neste tipo de transação conforme rezam as normas internacionais - devem terem sido anexadas depois, na hora da negociação da compra. A primeira estabelecia a obrigação de comprar 100% da refinaria em caso de desentendimento entre os sócios. A segunda garantia à belga Astra Oil um lucro de 6,9% ao ano, mesmo que as condições de mercado fossem adversas.

Em relação às turbinas, na tarde da terça-feira (15) o caso foi derrubado pelas declarações da presidente da Petrobrás, Graça Foster, inquirida pelo próprio senador Delcídio. Foram divulgadas inverdades pelo simples método de divulgar "parte" do relatório técnico. A cláusula que expressa troca total do equipamento por parte do fornecedor, em caso de defeito, foi retirada do material divulgado pela imprensa.

Mas, afinal, os casos só tiveram e mantém destaque acima do merecido em determinada mídia do Estado. Sequer seria discutida uma suposta culpabilidade de Delcídio nesta guerra, pois foi general de ambos os exércitos. Se estava petista no episódio do relatório Pasadena, esteve peessedebista no episódio Alston.

Outro caso, outra inverdade - Doações

 

A UTC Engenharia doou regularmente, ao menos R$ 20,9 milhões para a campanha de 2010, para PT, PMDB, PP, PR, PC do B, PRTB e PSB. Desse montante, apenas R$ 500 mil foi destinado - legal e declarado - à campanha de Delcídio para a reeleição ao cargo de Senador da República, que tem custo bem superior. A Mendes Júnior repassou R$ 13,8 milhões em doações ao PT, PMDB, PDT, PP, PR, PTB e PHS. Já a Engevix doou R$ 7 milhões, para PT, PMDB, PDT, PP, PR, PSB e PTB, segundo os dados da Justiça Eleitoral. Também receberam doações das empresas citadas na lista, candidatos do opositor DEM.

Aliança sólida

A aliança entre os partidos parece que segue sólida em Mato Grosso do Sul, pois os partidos - exceto pequena facções mais puristas do Partido dos Trabalhadores - trabalham sobre os dados colhidos junto aos eleitores, que apontam a chapa Delcídio/Azambuja como de grande apelo popular, amparada em extenso currículo de serviços prestados ao Estado.

Portanto, a sanha de imputar acusações não deve romper aliança PT/PSDB, mesmo que isso seja necessário para manter acesa a chama de uma candidatura que se sustenta apenas no histórico de dominação que se arrasta no Estado há oito anos, e na Capital há vinte. Mas até para essa estratégia o povo já deu um basta. Certa ou errada a escolha, a opção pela mudança foi clara.

Mais realista foi o governador André Puccinelli, um incontestável articulador político, que, apercebendo-se da iminente derrota em caso de enfrentamento das urnas com as novas forças populares que surgem, preferiu manter-se no cargo tempo suficiente para acomodar os aliados. Joga suas únicas esperanças na tradição política da pré-candidata ao Senado, Simone Tebet, e ostensivamente rejeita o melindroso candidato ao governo, Nelsinho Trad, que luta em manter uma pequena parcela do PMDB ao seu lado.

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