Após tomar conhecimento de que o nome do presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Waldir Neves, foi citado na operação Lama Asfáltica, os advogados Ricardo Curvo de Araújo, Reinaldo Guimarães Campos e Danilo José Medeiros Figliolino, do Ministério Público de Contas, entraram com um pedido de afastamento do presidente da entidade.
O documento foi enviado no dia 6 de agosto para o Corregedor-Geral do TCE, Conselheiro Iran Coelho das Neves. Na ação, os advogados destacam que nomes de integrantes do Tribunal estão sendo citados na Operação Lama Asfáltica, através de escutas telefônicas com indícios de flagrantes de violação do Código de Ética dos Conselheiros.
Os advogados solicitam que a Comissão de Ética da Corte de Contas tome providências fazendo valer a legislação do Código, que deve zelar pela imagem do TCE. "É dever de todo membro da Corte de Contas zelar pela dignidade e o decoro do cargo. E a partir do momento que um, independente do cargo que se acha investido, dá-se ao luxo de desprezar o elemento ético de sua conduta, não só afeta a sua moralidade, como respinga em todo o órgão julgador", diz o documento.
Os advogados ainda citam a conversa flagrada nas escutas judiciais da Polícia Federal, entre o presidente do órgão e o empreiteiro João Krampe Amorim, pivô da Operação Lama Asfáltica e solicitam o afastamento do presidente do cargo.
"As matérias jornalistas colacionadas àpresente Representação, formulada com base no art. 13 do Código de Ética, indicam a ocorrência de nepotismo cruzado, nomeações irregulares, possíveis favorecimentos, pois, conversa gravada pela Polícia Federal, com autorização judicial entre o presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul e o empresário João Alberto Amorim, acusado nas investigações da operação LAMA ASFÁLTICA de ser o chefe de uma quadrilha que fraudava licitações e ter usado o dinheiro sujo proveniente da corrupção, caracteriza sobremaneira, indícios de violação dos deveres éticos e implicam no afastamento imediato do Conselheiro envolvido, até o total esclarecimentos dos fatos", afirma o documento.
O advogado Reinaldo afirmou ao Top Mídia News que no momento não tem autorização para falar sobre o caso.