Deputados aliados do ex-governador André Puccinelli prometem contestar o relatório, apresentado ontem (7), pelo atual governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), sobre o suposto rombo deixado nos cofres públicos pela administração passada, no valor de R$ 445,3 milhões.
Segundo o deputado Marcio Fernandes, do PT do B, que integrava o 'bloquinho' de Puccinelli em 2014, o atual líder do PMDB, deputado Eduardo Rocha, deve reunir toda a bancada aliada do ano passado para analisar o relatório apresentado por Azambuja.
"Vamos pegar o relatório completo e fazer a prova dos nove. Não adianta a gente falar agora sem juntar todos os pontos, mas acho que o contraponto é importante. O Eduardo Rocha já solicitou o relatório e vamos fazer a análise", comentou Fernandes.
A deputada Mara Caseiro, do PT do B, explicou que o fato inspira preocupação, mas se esquece que fazia parte da base no ano passado. "Afinal de contas, o governo já entrar com um desencontro de informações, mas entendo que não temos que olhar para atrás. Agora, o futuro está nas mãos do Reinaldo e tenho certeza que vamos conseguir contornar qualquer desafio".
Fugindo da questão, o deputado Maurício Picarelli, do PMDB, não quis comentar sobre o assunto e apenas se limitou a dizer que vai 'analisar' o documento e ainda declarou. "Quem tem que rebater é o líder do PMDB".
Ex da base de Puccinelli e atual 'braço direito' de Azambuja, o deputado Zé Teixeira, do DEM, afirma que o ex-governador 'cometeu erros' ao não conseguir entregar determinadas obras. "Toda auditoria tem significado que é mostrar o período de transição e não fiquei surpreso porque cada governo tem os seus compromissos e o André não conseguiu entregar muitas obras e pode ter cometido erro neste caso".
Por fim, o novato Beto Pereira, do PDT, mais 'novo aliado' de Azambuja declarou que o atual administrador do Estado foi transparente ao demonstrar a situação das contas. "Primeiro: o governador demonstrou compromisso com a transparência. Segundo: demonstrou números que trazem algo que precisam ser observados, que é justamente o descumprimento do que a Lei de Responsabilidade Fiscal pactua".
Ontem (7), presente na apresentação das contas, o presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi, comentou que algumas informações são equivocadas e dependem de interpretação de gastos de pagamento. "Sobre os consignados, o pagamento caía sempre no dia 20, portanto, não pode ser considerado uma dívida. A questão é que o imposto de dezembro que só chega aos cofres em janeiro e considerado como arrecadação de dezembro", finalizou.