A inflação que Dilma Rousseff sempre negou estar no limite e com tendência a ultrapassar o teto estabelecido, foi além dos 6,5% esperados. Para contê-la e reordenar a dívida pública, o BC aumenta a taxa de juros e vem ai um pacotão de aumentos de tarifas. Tudo isso era sabido e esperado, exceto pela “candidata Dilma Rousseff” que vendeu a ilusão da estabilidade.
Com a falsa ilusão de que “isso não me atinge, pois taxa de juros Selic é coisa de governo; aumento de combustível não me afeta, pois sequer tenho automóvel; e minha tarifa de energia é social”, parcela significativa da população acredita estar protegida pelos programas sociais. Mal sabem eles.
Em são consciência não se pode criticar as medidas tomadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ou o realinhamento das tarifas que estavam defasadas; a questão a ser discutida é a mentira, que por ser repetida mil vezes, tornou-se uma verdade.
Relembrando as palavras do presidente norte-americano Abraham Lincoln, “Você pode enganar algumas pessoas o tempo todo ou todas as pessoas durante algum tempo, mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo”, neste caso, enganou-se muitas pessoas pelo tempo certo, o suficiente para prorrogar por quatro anos qualquer arrependimento.
Como a população é afetada
Quanto mais alta a taxa de juros (taxa referencial – Selic), mais os bancos preferem emprestar ao governo (Banco Central) e menos dinheiro fica disponibilizado para empréstimos ao consumidor, ai incluídas empresas. Por isso, na tentativa de conter a inflação, reduz-se a circulação do dinheiro, o que provoca queda das vendas e redução do preço dos produtos. Se as empresas não vendem, elas não crescem, por isso empregam menos e a economia encolhe.
Para o consumidor o resultado mais imediato é o aumento dos juros no cheque especial, crediário, cartões de crédito.
Esta taxa também atrai ou afasta o investidor estrangeiro que investe em títulos brasileiros e ganha com os juros mais altos para esse tipo de transação. No entanto, é o chamado investimento especulativo, que pode sair a qualquer momento e migrar para outros mercados mais atrativos, diferente portanto daquele investimento que vem para o investimento na construção de uma fábrica ou na ampliação de empresas.
Programas sociais
Retomando o caso do “não serei afetado” recitada por tantos, e pelo desconhecimento do caos social que a inflação sobre controle provoca, afinal muitos dos brasileiros não viveram em época de inflação descontrolada – ou pior, a população que se beneficia diretamente dos programas sociais não tinham qualquer amparo naquele período em que a fome matava – e portanto não podem avaliar realisticamente seus efeitos, a mesma inflação que corrói salários, por mais altos que sejam, corrói também os minguados valores do bolsa família e demais auxílios.
Os economistas divergem quanto à forma e o momento em que foi anunciada a elevação da taxa de juros e quanto seus efeitos sobre o controle da inflação, uma vez que os preços administrados estavam represados e terão que ser flexibilizados para o reordenamento das finanças do governo.
Em linguagem mais simples
Aumentos necessários nos preços dos combustíveis e das tarifas de energia foram segurados por um período além do razoável provocando um rombo nas contas do governo e causando um descontrole da economia e o descontrole dos índices de inflação. Agora, terminadas as eleições, garantidos mais quatro anos, atabalhoadamente o governo corre atrás do lucro, porque no prejuízo nós já estamos.
Um detalhe, Dilma não tem nomes que sejam da confiança do mercado para assumir o comando da economia brasileira.
Esse descontrole provocado por uma política equivocada e temerária vai trazer dissabores e dores à população, mas será menor que a dor de se sentir enganada.