O vereador Roberto Durães, do PSC, manteve o silêncio e preferiu não comentar sobre a decisão da Procuradoria Jurídica da Câmara, que encaminhou denúncia contra o parlamentar à Comissão de Ética da Casa de Leis. “Não vou falar sobre isso", se limitou a dizer durante a sessão ordinária desta quinta-feira (23).

De acordo com o vice-presidente da Comissão de Ética, vereador Chiquinho Telles, do PSD, após Durães ser notificado, ele terá prazo de 10 dias para apresentar defesa.

"Só então, após o prazo decorrido, é que vamos poder analisar a defesa e elaborar um relatório sobre o caso. Mas o que foi aceito na Comissão foi apenas a fala dele sobre aquele dia, as demais denúncias que foram protocoladas, inclusive envolvendo outros vereadores, foram arquivadas pela Procuradoria", explicou Telles.

Entre os parlamentares envolvidos estava o presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha, do PSDB. O prefeito Alcides Bernal, do PP, havia protocolado pedido de quebra de decoro contra Durães e inseriu João Rocha, além de outros vereadores, alegando que o presidente teria sido omisso quando o ex-petista expôs a sua mãe ao declarar que a conhecia no 'silêncio dos edredons'.

Chiquinho Telles afirmou ainda que as demais denúncias contra Durães acabaram arquivadas pela Procuradoria, porque justamente os requerimentos aprovados não possuíam embasamento jurídico e que, em todos os casos, o teor era o mesmo, referente a fala do parlamentar. Por essa razão, apenas a fala foi aceita.

A vereadora Luiza Ribeiro, do PPS, que foi absolvida ontem (22) de denúncia por quebra de decoro, explicou que agora cabe somente Comissão de Ética analisar o caso. Ela também foi autora de uma das denúncias contra o colega, e relatou que, como o parlamentar possuía muitas denúncias, não havia sentido a Procuradoria manter várias denúncias contra o parlamentar.

"Não tinha como a Procuradoria encaminhar três, quatro denúncias sobre o mesmo teor. E muitas também, quando chegam ao protocolo, não têm embasamento jurídico, às vezes, só chega uma folha e não tem como analisar", explicou a vereadora.

O presidente da Casa de Leis, João Rocha, do PSDB, afirmou que a Comissão de Ética está trabalhando e que ela não sofrerá qualquer interferência por parte da Mesa Diretora ou da Câmara.

"A decisão cabe somente a Comissão e não sofrerá qualquer interferência ou ingerência da nossa parte. Todas as denúncias tinham sido encaminhadas para a Procuradoria e, tudo aquilo que foi necessário sobre esse caso foi encaminhado para Comissão. Então, cabe somente a eles analisar o caso", finalizou.