A criadora de conteúdo digital, Juliana Gaioso Pontes, alvo da Polícia Federal, nesta quinta-feira (15), já foi denunciada pela CNBB, em Campo Grande. Na eleição para vereadora, em 2020, Pontes fez campanha segurando uma pistola junto a uma imagem de Nossa Senhora.
Na ocasião, Gaioso queria mostrar que seria uma mulher conservadora, defensora do porte de armas para legítima defesa e religiosa. No entanto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil classificou que a associação das duas imagens era criminosa.
Conforme noticiado à época, a Comissão Regional de Justiça e Paz da CNBB MS, presidida pelo bispo Dom Dimas Lara Barbosa, repudiou e denunciou apologia ao crime da candidata.
Ainda segundo a notícia, em resposta, Juliana diz que, apesar da entidade ser formada apenas por bispos da Igreja Católica, "não representa a Igreja Católica" e citou China, Coréia do Norte e outros países para justificar o uso da pistola com a imagem sagrada para os católicos, religião predominante no Brasil, de acordo com o IBGE.
Atos ilegais
Juliana foi um dos 17 alvos da Polícia Federal no MS, em operação que apura a participação dela em atos antidemocráticos, seja na frente de quartéis ou com bloqueios de rodovias.
Conforme noticiado pela manhã, a ex-candidata à deputada federal é citada em relatório, como uma das possíveis organizadoras das manifestações que ocorrem desde o fim das eleições presidenciais.
Contrariados, os manifestantes fecharam rodovias e, desde o dia 31 de outubro, estão acampados em frente ao Comando Militar do Oeste – CMO, pedindo por intervenção militar. Nas redes sociais, a criadora de conteúdo posta vídeos da participação dela em atos na Duque de Caxias e também em Brasília.
Agentes da Polícia Federal teriam levado, ao menos, o telefone celular da investigada. Os detalhes da operação foram preservados pela PF.
A ordem para a operação partiu do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes. A investida da PF sobre manifestantes ocorreu em oito estados brasileiros.