Após 15 anos com a mesma liderança, o Psol (Partido Socialista e Liberdade) de Mato Grosso do Sul resolveu mudar e oxigenar o poder elegendo Cris Duarte para comandar o partido neste domingo (12). Cris é a primeira mulher a administrar uma sigla no Estado, e fez parte da chapa de oposição ao ex-presidente Luzien Rezende.
A escolha da primeira mulher para presidir o partido ao nível regional veio após meses de debates com lideranças e afiliados em Plenárias virtuais. Ontem também foram realizadas eleições em 11 cidades de Mato Grosso do Sul e, após a indicação de delegados, foi realizada a etapa estadual em formato virtual. A mesa de coordenação foi presencial na sede do partido em Campo Grande.
Chapa de oposição
Uma coalizão das forças da oposição saiu vitoriosa para a eleição do Diretório Estadual e comanda o partido nos próximos dois anos. O grupo de Cris Duarte derrotou Luzien por 25 votos a 24, em votação apertada.
No Manifesto divulgado pelo grupo, a Chapa de oposição expressou a necessidade “de romper com a hegemonia da atual direção do PSOL MS que controlava o partido há mais de uma década, assim como de romper com as posturas autoritárias, contraditórias e contrárias às nossas pautas e lutas e que tem impedido o avanço do partido”.
Cris Duarte, que assumirá a Presidência do PSOL MS, declarou que o grupo assumiu a responsabilidade de conduzir a direção partidária sob novos princípios. “O PSOL precisa de democracia, renovação, transparência, coerência e compromisso com as bandeiras históricas de luta da classe trabalhadora e com o programa partidário”. Ela, que é militante feminista e foi candidata a prefeita de Campo Grande em 2020, também considera emblemático que o partido passará a ser presidido por uma mulher e dirigido por uma coalização comprometida com a luta pelo fim das opressões, violências e desigualdades.
Para Franklin Schmalz, que será Secretário Geral do partido pelo próximo período, a aliança do grupo de "oposição representa também uma alternativa de esquerda, combativa e ecossocialista em Mato Grosso do Sul”.
Também compõe a coalizão vitoriosa Sidney Melo, que retorna agora ao PSOL e já representou o partido como candidato a governador em 2014 e Agnes Viana, que foi candidata a vereadora em Campo Grande em 2020. Assim como, as lideranças do interior Anísio Guató (Corumbá), Professor Enio Ribeiro (Dourados), Professora Kaelly Saraiva (Três Lagoas), Margila Leal (Paranaíba) e Bugão Construtor (Naviraí), que trabalharam e apoiaram a construção da campanha das teses vitoriosas.
O PSOL ainda deverá realizar no final do mês a etapa nacional de seu congresso, onde serão definidas as linhas políticas de atuação do partido, assim como sua direção nacional para o próximo período.