Sem dinheiro em caixa, a prefeita Adriane Lopes (PP) pediu socorro ao governo petista de Lula para tentar cumprir promessas feitas de obras em Campo Grande, especialmente de asfalto novo. O investimento, no valor de R$ 156 milhões, precisa de aval da União, rival ideológica da bolsonarista, que não perde a oportunidade de criticar o atual mandatário federal. Isso após defender ferrenhamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje presidiário, e acusado de armar até a morte justamente de Lula.
O valor – coincidentemente o mesmo que a prefeitura não explicou da ‘pedalada’ do Fundo Municipal de Saúde no começo deste ano e que é alvo de investigação – faz parte da promessa de Adriane para investir na infraestrutura municipal. Adriane Lopes fez a promessa no meio da maior crise de tapa-buracos da história de Campo Grande, que ficou cinco meses sem pagamento, e só voltou a ser realizado com verba da Câmara Municipal, que adiantou o retorno anual da ‘sobra’ do duodécimo aos cofres do Executivo.
Mesmo com a crise financeira, com o município gastando 99,6% dos R$ 6 bilhões que arrecadou até o momento com custeio da máquina pública, a Prefeitura busca o empréstimo multimilionário com a Caixa Econômica Federal para investir em pavimentação nova e drenagem. Isso sem mesmo o tapa-buraco do próximo ano estar garantido.
O próprio empréstimo tem três grandes entraves: a prefeitura precisa mostrar estar apta financeiramente para arcar com a responsabilidade financeira futura, em um momento de alegada crise financeira; a proposta tem que ser aprovada na Câmara Municipal; e, principalmente, precisa do aval da presidência da República.
Adriane tem histórico de críticas ao Governo federal, e não buscou recursos nem ajuda do atual governo, mesmo com a crise aguda da gestão. Ainda, sempre fez defesa política e até passeata em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje presidiário. Agora, quem pode pagar o pato é Campo Grande.









