Após a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro pela Polícia Federal nessa quarta-feira (22), a maioria dos deputados da base bolsonarista de Mato Grosso do Sul evitaram comentar sobre o tema, e fizeram posts nas redes sociais atacando Lula e o PT e outros temas diversos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) também não "botou a cara no fogo" como havia prometido há alguns meses.
Pedidos de posicionamento sobre o tema e questionamento foram encaminhadas as assessorias dos deputados: Dr. Luiz Ovando (PP), Loester Trutis (PL), Tereza Cristina (PP), Coronel David (PP), Evander Vendramini (PP),e Antonio Vaz (Republicanos), mas nenhum deles respondeu até o fechamento do texto.
Os únicos a responderem às indagações foram os deputados Capitão Contar (PRTB) e João Henrique Catan (PL).
O pré-candidato a governador, Renan Contar indicou que se haver crime, Milton deve responder.
"Assim que apareceram as primeiras notícias sobre os supostos indícios de irregularidades na gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, o mesmo foi logo afastado de suas funções. Se for comprovado algum desvio de conduta, ele tem que responder por seus atos. Todo e qualquer indício de irregularidade precisa ser averiguado, independente de quem esteja envolvido."
Catan afirma que a prisão de Milton não diz respeito a Bolsonaro. “As pessoas que andam nas ruas, nos ônibus, na vida real elas sabem, têm dentro delas que o presidente mais honesto que já passou pela República é o presidente Bolsonaro. É isso que faz o interesse de parte da mídia tentar, a todo o momento, desconstruir, no período eleitoral, a credibilidade, a reputação deste presidente."
E completa afirmando que Milton não faz mais parte da gestão.
"Este ex-ministro não integra mais o Governo e está sendo investigado pela Polícia Federal que integra, de certa forma, a administração indireta do Governo Federal. Se fosse na era PT, toda a militância estaria colocando panos quentes num fato de bilhões e bilhões de dólares desviados, tentando colocar na mesma régua deste fato recente. Esta transparência do nosso Governo só colabora para que os pré-candidatos continuem sempre confiantes”
"Botar cara no fogo"
"O Milton, coisa rara eu falar aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Minha cara toda no fogo pelo Milton", disse Bolsonaro (PL), em março de 2022, em defesa ao então ministro Milton Ribeiro.
Ontem (23), o presidente disse apenas que o ex-ministro deve responder "pelos atos dele" caso haja algum problema. Nesta quinta-feira (23), Milton Ribeiro foi solto após decisão da Justiça Federal, que acatou ao pedido da defesa.
Ataques a Lula
Deputados da base, como Dr. Luiz Ovando (PP), que não se pronunciou sobre a prisão do ex-ministro nem mesmo nas redes sociais, aproveitou o momento e atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ovando fez comentários sobre a Petrobras e culpou Lula e os 13 anos de PT pela problemática, mas não se posicionou sobre Milton Ribeiro.
(Ovando comentou sobre CPI da Petrobras no dia da prisão do ex-ministro. Foto: Reprodução Facebook)
O deputado estadual Coronel David (PP) seguiu na mesma temática e disse que os petistas deviam se preocupar com o país. Ele destacou investimentos do BNDES (Banco do Desenvolvimento Nacional).
"Enquanto uns defendem ex-presidiários, o Brasil avança em recorde de lucros e produtividade", disse.
(Coronel David publicou ranking de desenvolvimento, e não falou sobre prisão na conta. Foto: Reprodução Facebook"
Loester Trutis (PL) destacou também o BNDES. E atacou o PT destacando a pauta sobre a CPI da Petrobras: "inimigos declarados do Brasil! PT sempre esteve contra o povo. Os militantes só marcam presença na hora da lacração na internet. Sabem que a CPI pode e vai desmascarar muito petista, nesse momento aparecem os isentões!".
(Trutis usou a rede social para destacar feitos do governo. Reprodução Facebook)
Dia da Celulose
Já a bolsonarista, deputada federal Tereza Cristina (PP) utilizou quase da mesma estratégia dos colegas de partido, e desviou do assunto. A diferença é que ela comentou sobre investimentos do setor da celulose em Mato Grosso do Sul, e deu destaque a construção de nova fábrica em MS.
Tereza evita atacar adversários e tem como foco geral na vida política exaltar feitos durante o mandato. Na época, em que esteve como ministra da Agricultura ao lado de Bolsonaro, ela chegou a ser apelidada de "bombeira do presidente", pois teve de esclarecer fatos relacionados a exportação e a China em diversas ocasiões.
(Matéria atualizada às 15h39 para acréscimo de posicionamento do deputado João Henrique Catan)