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Política

Base 'aliada' pressiona e ministros atuam como negociadores de cargos e valores

Caras eleições caras

25 fevereiro 2014 - 15h00Por Dirceu Martins

Políticos da base aliada criaram o "blocão" de sete partidos, para forçar o governo a abrir negociações que lhes permita abocanhar cargos e verbas para emendas parlamentares. Chegado o momento mais delicado da administração, período eleitoral, PT e PMDB travam uma luta acirrada também pela "imagem do poder".

Reunidos com os ministros petistas Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), e  com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), os líderes conseguiram a promessa de que será dada mais atenção às suas reivindicações. "Havia um mau humor e nós vamos trabalhar para resolver essa questão", disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Foram convocados para ocuparem o balcão de negócios a ser montado na Câmara, 12 dos ministros com maior volume de verbas e poder de persuasão: Saúde, Educação, Integração Nacional, Cidades, Turismo, Trabalho, Agricultura, Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Agrário, Cultura, Esportes e Transportes.

Fragilidade

Fica patente que o governo sente desgastar da costura da imensa colcha de retalhos que confeccionou para montar uma base eleitoral. Está entre administrar a máquina pública ou as questões eleitorais num momento em que deve fragilizar ainda mais o ponto mais sensível deste governo, a economia. A oposição acompanha atentamente o custo deste apoio e quanto isso vai fragilizar as contas públicas que têm se sustentado por manobras contábeis.

"Estes encontros entre ministros e deputados servirão para cada parlamentar dizer o que está precisando para sua cidade e Estado", disse Chinaglia, mas poderia dizer que aqueles que serão candidatos à reeleição esperam saber o quanto terão de emendas para a colheita de votos. A base econômica? Isso fica para as negociações de apoio a partir da nova gestão em 2015.

Visibilidade

Verbas são importantes sim, mas a visibilidade política é fundamental. Apresentar um currículo ilustrado por cargos e contar com o apoio de seu pessoal em postos chaves nos diversos ministérios traz votos com economia de recursos. De olho em cargos no primeiro escalão, a reunião deu pouca esperança de mudanças substanciais nos ministérios. Mercadante foi claro quando disse não estar autorizado pela presidente Dilma para tratar da reforma ministerial. Lançar mão da criação de novos ministérios, ou a subdivisão dos atuais não seria bem recebido pelos eleitores. "Há menos ministérios do que partidos que querem ministérios", disse o ministro.

A missão de Ideli Salvatti é um tanto mais espinhosa, pois terá que discutir com esta base 'aliada' um pauta que não aumente as despesas, e os fará lembrar que assinaram um pacto de responsabilidade fiscal assinado por todos os partidos.