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Política

Base bolsonarista de Mato Grosso do Sul se cala sobre CPI do MEC e tenta abafar escândalos

A criação de CPIs em ano eleitoral é vista com resistência no Congresso Nacional; deputados de MS sequer comentam assunto

17 abril 2022 - 15h15Por Rayani Santa Cruz

Por enquanto, a base bolsonarista de Mato Grosso do Sul está calada sobre os escândalos do MEC (Ministério da Educação) e do ex-ministro Milton Ribeiro, que supostamente teria priorizado a destinação de verbas a amigos de dois pastores evangélicos, a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

A acusação de cobrança de propina a prefeitos, com pedidos de dinheiro e até ouro, não passou pelas plataformas de redes sociais do deputado federal, Dr. Luiz Ovando e tampouco da deputada Tereza Cristina, ambos do Progressistas e aliados de Bolsonaro.
O ex-ministro Milton Ribeiro pediu para sair do cargo em 28 de março, e Bolsonaro anunciou nas redes que precisou de consulta médica no mesmo dia a noite. 

Porém, como num passe de mágica, o presidente melhorou e esteve em Ponta Porã-MS, entregando títulos a assentados do Itamaraty acompanhado de Ovando e Tereza Cristina, que ainda era ministra da Agricultura. 

A essa altura, nenhum deles quis comentar sobre a saída de Milton e nem sobre as denúncias envolvendo a pasta da educação.

Os deputados também não responderam ao TopMídiaNews, quando perguntados via assessoria se apoiariam ou não a CPI do ‘Bolsolão do MEC’, como está sendo chamada.

CPI

A criação da CPI aparenta estar com os dias contados, já que nesta segunda-feira (11) houve a retirada de três assinaturas do requerimento de criação da CPI do MEC no Senado. Agora, os parlamentares que desejam seguir em frente tentam transferir a apuração para a Comissão de Educação.

Querem investigações

Nas redes sociais, parlamentares de MS que não são aliados de Bolsonaro pediram investigações.  

Para o deputado Fábio Trad (PSD), os escândalos pipocaram com escala crescente de gravidade. “Já não devem ser vistas sob o prisma partidário. São tão graves que já tem estatura sistêmica e até insinua captura do Estado por grupos especializados em lesar o erário.”

“Atenção! Desviar dinheiro da educação para beneficiar pastores a pedido de Bolsonaro é corrupção e nós exigimos explicações”, disse Dagoberto Nogueira (PSDB).

“Com o dinheiro da Educação, tem até fotos em Bíblia Sagrada, como se fossem selfies clicadas ‘em nome de Deus’. Um sacrilégio. ‘Pecadaço’”, disse a pré-candidata a presidente da República, senadora Simone Tebet. 

Para o petista Vander Loubet, a CPI é importante, principalmente por conta da gravidade das denúncias e dos fatos apurados.

"É necessário que esse caso de corrupção clara (mais uma) do governo Bolsonaro seja investigado e que os culpados sejam devidamente punidos, especialmente por estarem desviando recursos da educação, uma área tão sensível para a nossa população e para nosso país."