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Política

Bernal diz que orientou testemunhas a denunciar golpe estelionatário

27 novembro 2015 - 12h35Por Diana Christie e Alessandra Carvalho

Na audiência de julgamento de Gilmar Antunes Olarte (PP por liminar) e do ex-assessor da prefeitura, Ronan Edson Feitosa de Lima, o prefeito Alcides Bernal (PP) reforçou a teoria da acusação de um golpe estelionatário com uso de cheques em branco.

Bernal declarou que conheceu Olarte ainda em 2006 e trabalhou próximo a ele na Câmara Municipal, quando ambos eram vereadores. Em janeiro de 2013, quando eles assumiram a prefeitura de Campo Grande, o então vice-prefeito teria começado a se comportar de forma estranha e desobedecer, deliberadamente, o planejamento de atividades.

Procurado por diversas pessoas que supostamente teriam denunciado a extorsão praticada pelo pastor da igreja Adna (Assembleia de Deus Nova Aliança) e Ronan, ele relata que convocou uma reunião com Olarte onde tentou esclarecer a situação e retirou o compromisso de entregar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do município para ele.

Desde então, o vice-prefeito se afastou da administração e deixou de exercer a função. Ainda assim, segundo Bernal, diversas pessoas continuaram a procurá-lo, tanto pelo cargo de chefe do Poder Executivo quanto por seus conselhos de advogado e, em todos os casos, ele pedia para que a pessoa fizesse denúncias no Ministério Público Estadual e na Polícia Federal.

Ele também negou oferecer vantagens para as testemunhas, em especial ao agiota Salém Pereira Vieria, que teria emprestado dinheiro para Olarte. Sobre as mensagens que trocou com Marly Deborah Pereira, testemunha de acusação que revelou detalhes sobre as trocas de cheques em branco com agiotas, Bernal disse que foi procurado porque ela precisava de emprego, mas nunca deu nenhuma garantia.

Durante o depoimento, o prefeito também afirmou que as vítimas eram sempre pessoas humildes, como pequenos empresários, comerciantes e serralheiros ou fiéis da Adna. Já na saída da audiência, o progressista ainda acrescentou que o advogado Jail Azambuja tentou confundir o juiz com perguntas sem relação com o caso, mas vídeos e gravações já foram mostrados comprovando a tentativa de golpe.