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Política

Bernal retorna ao Paço com Campo Grande na maior crise da história

27 agosto 2015 - 08h55Por Rodson Willyams

O prefeito Alcides Bernal, do PP, volta a comandar oficialmente a administração de Campo Grande nesta quinta-feira (27), após rápida cerimônia no Paço Municipal. Desde que foi cassado por 23 dos 29 vereadores da Câmara Municipal, Bernal ficou um ano e cinco meses fora do cargo. Agora, ele terá que enfrentar  desafios e tentar tirar a Capital do seu momento mais delicado, economicamente e politicamente falando.


O primeiro desafio está ligado a questão da greve dos médicos, que estão há 12 dias com as atividades paralisadas. A greve da classe iniciou após a categoria afirmat que o vice-prefeito Gilmar Olarte (prefeito até terça-feira pela manhã e afastado pelo MPE das suas funções), não teria cumprindo o acordo e atrasado o salário dos médicos. Diante do impasse, mesmo Olarte tendo pago os salários, a classe decidiu permanecer com a greve.


Outro setor em dificuldades é a educação, mesmo com os professores da Rede Municipal de Ensino retornando hoje às aulas. A categoria ficou 90 dias aguardando uma decisão do Executivo para que a greve fosse encerrada. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul tentou promover a conciliação entre a prefeitura e a administração, mas não houve acordo, o caso então, foi para Justiça. Mas mesmo assim, os docentes decidiram pelo fim da greve.


Durante o desfile cívico de ontem (26), em alusão ao Aniversário de Campo Grande, o presidente da ACP, professor Geraldo Gonçalves, afirmou que Olarte "criou caso e dificuldade para resolver a questão".


À tarde, em evento religioso, Bernal declarou que fará uma reunião com os médicos na tentativa de encerrar a greve e com os professores para discutir a questão do repasse dos 13,01% de reajuste ao Piso Salarial na tarde desta quinta-feira (27), após a cerimônia. No entanto, Bernal deixou claro que vai cuidar do caso com "responsabilidade e razoabilidade", mas lembrou que a prefeitura está com rombo de R$ 1,2 bilhão nos cofres da prefeitura.


O desafio do prefeito na parte da saúde será além da fazer com que os médicos voltem da greve, fazer com a classe ganhe confiança e retornem para a rede pública de saúde. Durante a antiga administração olartista, muitos médicos deixaram a rede insatisfeitos e reclamando da pressão que sofriam dos diretores dos Postos de Saúde e da mudança de escala de plantão sem aviso prévio.
Há ainda o Centro Municipal Pediátrico que consome uma grande parcela de recursos da prefeitura e segue de forma irregular pelo Conselho Municipal de Saúde e por essa razão, não recebe recursos do Ministério da Saúde.

Crise
Como se não bastasse, ainda há a questão dos salários dos servidores públicos que no mês de julho pago em agosto foi escalonados em diferentes dias. A alegação da antiga administração é que a prefeitura não tinha recurso e precisou fazer uma escala para honrar os pagamentos. Havia o risco do mês de agosto também precisar ser escalonado.


Na parte econômica, Bernal terá que reduzir a margem da Lei de Responsabilidade Fiscal que estava acima de 51% permitido por lei. Mas neste caso, o prefeito já anunciou que vai cortas os cargos comissionados e vai deixar somente aqueles que realmente trabalham nos quadros da prefeitura. O custo com servidores comissionados chega a R$ 13 milhões por mês aos cofres da prefeitura. Fora o rombo de R$ 1,2 bilhão e as contrapartidas de obras que estão no momento paralisadas, uma vez, que a prefeitura não tem recursos para oferecer para iniciar as obras. Muitas são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


E a última missão, ainda é colocar em dia a reposição de aulas aos alunos da Rede Municipal, devido à greve dos professores, e o ex-secretário de Educação, Marcelo Salomão, declarou que as aulas iriam avançar até o mês de fevereiro de 2016. Estes serão alguns dos desafios que o prefeito terá que enfrentar após ficar fora por 17 meses da administração municipal de Campo Grande.