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Política

Bernal vai depor contra Olarte e fala em 'novo golpe'

26 novembro 2015 - 16h47Por Diana Christie e Kamila Alcântara

Inimigo declarado do ex-prefeito Gilmar Olarte (PP por liminar), o progressista Alcides Bernal declarou na tarde de hoje (26) que faz questão de prestar depoimento no processo conhecido como escândalo do ‘cheque em branco’.

“Eu vou sim ao TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Faço questão de ser ouvido e peço ao presidente desta sessão que não me dispense, que me escute porque tenho muita coisa para falar”, enfatizou durante agenda pública em seu gabinete.

Bernal será uma das testemunhas de acusação durante a primeira audiência de julgamento do ex-prefeito, que responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, juntamente com o ex-assessor da secretaria de Governo, Ronan Feitosa.

Indignado com a publicação no Facebook de outro ex-assessor da antiga administração, o colunista Eliezer David, Bernal afirma que existe um “novo golpe” sendo arquitetado nos bastidores da política para derrubá-lo do cargo.

“Uma das coisas que o assessor de Olarte publicou nas redes sociais e está sendo compartilhado por várias pessoas é um novo golpe na Capital, que seria o João Rocha [vereador tucano] assumir a presidência da Câmara”, denuncia.

Segundo o progressista, a eleição de consenso na Casa de Lei é ilegítima, uma vez que João Rocha figura entre os investigados pela Operação Coffee Break, que apura possível esquema de corrupção e compra de votos nos eventos que antecederam a cassação de Bernal.

Sobre a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT), Bernal declarou apenas que vê os acontecimentos com “muita tristeza”, mas que é preciso confiar na Justiça. Depois retornou a pedir atenção para os acontecimentos locais.

Audiência

Será realizada nesta sexta-feira (27) a primeira audiência de testemunhas no processo que Olarte responde por suposto uso de cheques de terceiros em troca de vantagens ilícitas na prefeitura de Campo Grande. Devem depor cerca de 30 pessoas, entre elas o ex-prefeito Nelson Trad Filho (PTB), o ex-governador André Puccinelli (PMDB), entre outros.

Neste processo, ele é acusado dos crimes de corrupção passiva, continuidade delitiva e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, eles atuavam “fazendo ofertas de ajuda política, empregos futuros e outras participações no executivo municipal” para obter “cheques bancários, que passaram a descontar com agiotas ou em factorings [compra de ativos financeiros], deixando sem fundos as respectivas contas bancárias, causando prejuízos aos seus titulares”.