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Política

28/07/2021 19:00

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'Bolsonaro é um jogador': presidente vai aprovar R$ 4 bi do fundão e revolta oposição em MS

'Refém do centrão', Bolsonaro chegou a criticar o valor e dizer que ia vetar, mas voltou atrás após o clima esfriar; deputados bolsonaristas estão calados e não dizem nada sobre a questão

Apesar de indignados, deputados federais de oposição de Mato Grosso do Sul já esperavam uma mudança de posicionamento do presidente Jair Bolsonaro em relação ao valor do fundo eleitoral, que foi aprovado no Congresso Nacional ao valor de R$ 5,7 bilhões. Classificado por um dos parlamentares como "jogador", o presidente voltou atrás e afirmou que vai vetar apenas o "excesso" do que a lei determina para o fundão preservando cerca de R$  4 bilhões. 

Bolsonaro no player

Para Fábio Trad (PSD) como jogador, o comportamento de Bolsonaro é assim desde o início do governo. Ele cita que o presidente age em conveniência do momento e que a situação meio que era esperada. 

"Esta mudança de discurso se deve a um fato para o qual algumas pessoas se recusam a ver: Bolsonaro joga, ele é um jogador, uma espécie de personagem ditado pela conveniência do momento. No calor da indignação contra a aprovação do fundão, ele disse que vetaria integralmente. Agora que arrefeceu o clima e o centrão falou grosso, ele disse que não vai vetar mais, apenas reduzir um pouco. Enfim, é um player que pouco se importa para as incoerências e contradições. Por isso, acha normal receber uma neonazista no Planalto ao mesmo tempo em que usa a bandeira de Israel nas manifestações. Ele joga e tem gente que aplaude."

Discurso falso 

Para o deputado Vander Loubet (PT) as declarações iniciais do presidente quase soaram como uma encenação de teatro. "Essa declaração do Bolsonaro reforça duas situações: a primeira, é que ele é conivente com o aumento do fundo eleitoral, mostrando o quanto é falso o discurso de que são contra o fundo; a segunda, é que mostra o qual frágil está e o quanto depende do Centrão para se manter na Presidência."

O parlamentar que votou contra a LDO por entender que o valor era exorbitante. "Sigo com a posição que defendi na ocasião da votação da LDO: sou a favor do fundo eleitoral público por entender que é a melhor alternativa ao financiamento empresarial das campanhas, porém, o valor do fundo precisa seguir regras de bom senso, por isso votei contra a LDO com esse aumento do fundo para R$ 5,7 bilhões. Não tem cabimento um aumento dessa magnitude, não tem justificativa. O fundo atual já é suficiente para financiar as campanhas eleitorais de forma democrática. Além disso, o Brasil atravessa um momento grave, o governo Bolsonaro causou a volta do nosso país ao mapa da fome e o desemprego não para de crescer."

Refém do Centrão

Para Dagoberto Nogueira (PDT), Bolsonaro está refém do centrão e vai tentar reduzir um pouco apenas para satisfazer eleitores. 

“Acho difícil ele contrariar o centrão. Por isso, ele não vai ter condições de vetar. A proposta foi do próprio centrão que está vinculado a ele. Então, ele está reduzindo aí para dar uma satisfação para o eleitorado. E é perigoso o centrão derrubar esse veto parcial e manter a situação que tinha antes. Vamos ter de aguardar, como nós da oposição não temos voto o suficiente nem para derrubar veto ou manter teremos de aguardar decisão do centrão no acordo que ele faz junto ao presidente.”

Deputados em silêncio

Parlamentares do Estado como Luiz Ovando (PSL), o trio do PSDB com Rose Modesto, Bia Cavassa e Beto Pereira votaram a favor da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que incluía o fundão. Depois tentaram justificar que eram contra o valor, "mas que tinham de aprovar a LDO por conta do tempo e para não atrapalhar o governo".  O bolsonarista Ovando chegou a publicar texto dizendo que era totalmente contrário ao fundão. "Vamos lutar para que a questão do fundo eleitoral não prospere."

Ele chegou a dizer que o presidente Jair Bolsonaro teve postura “digna dos grandes líderes” ao defender sua base aliada devido à polêmica votação do projeto da LDO, acreditando [ou não] que o valor seria vetado. “É a postura de um líder, que não deixou seus aliados ao relento. O Brasil precisa de um governante com essa atitude”, escreveu o deputado Ovando em suas redes sociais.

Agora, questionado via assessoria de comunicação sobre a nova decisão de Bolsonaro, o deputado silenciou e não houve resposta. A deputada Rose Modesto também não respondeu ao questionamento enviado. 

(Deputado Luiz Ovando acreditava que presidente vetaria fundão. Foto: Reprodução Facebook)
 

Declaração de Bolsonaro

A declaração foi dada na segunda-feira (26) quando um apoiador pediu uma salva de palmas para o presidente pela intenção de vetar os R$ 5,7 bilhões para campanhas. Pelo jeito o apoiador teve a expectativa quebrada.

 "Vamos deixar claro uma coisa: vai ser vetado o excesso do que a lei garante, tá? A lei garante R$ 4 bilhões. O extra de R$ 2 bilhões vai ser vetado. Se eu vetar o que está na lei eu estou incurso em crime de responsabilidade. Espero não apanhar do pessoal como sempre", afirmou Bolsonaro, fazendo referência à recomposição inflacionária dos últimos quatro anos prevista na legislação.

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