Camiseta que compõe o kit uniforme para os alunos da Rede Municipal de Ensino custará R$ 24,20 cada, em Campo Grande. É o item mais caro e vai consumir R$ 6,4 milhões de um total de R$ 19 milhões com a Nilcatex Têxtil.
A homologação do contrato – de R$ 19.399.960,32 - foi publicada nesta sexta-feira (5), no Diário Oficial de Campo Grande. Os dados são do Relatório de Resultado, datado de 4 de dezembro deste ano. A descrição da camiseta a ser adquirida é a seguinte:
''Camiseta personalizada; composição: 65% poliéster e 35% viscose; manga: curta; Gola: redonda; Gênero: unissex; Cor: azul; Dados complementares: personalização, logotipo e demais informações conforme Termo de Referência''.

Detalhamento da compra do kit uniforme (Foto: Transparência PMCG)
No relatório das compras públicas, consta que podem ser compradas 266.542 peças, com quantidade mínima de 66.636. Já a bermuda do conjunto sairá a R$ 37,40; o blusão de moletom tem preço de R$ 34,24 e a calça personalizada sai a R$ 42,00. Na sequência surge o short-saia, com valor unitário de R$ 20,80.
Mais caros
O item mais caro na contagem individual é a jaqueta feita de helanca, com 82% poliéster, 14% modal e 4% algodão sai a R$ 57,90. Já a mesma peça, mas de tactel, 77% poliéster, 23% viscose e manga raglã sai a R$ 39,90.
No kit ainda existem a meia, tênis, botina e mochila.
Passado
O site do Governo Federal trouxe que a Nilcatex Têxtil e outras foram condenadas por formação de cartel em licitações públicas para fornecimento de vestimentas e kits escolares. A notícia é datada de 2021 e traz que as multas aplicadas a esses comércios somaram R$ 97,4 milhões.
A apuração e constatação foi feito pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e apontou que:
''O Conselho entendeu que os envolvidos no cartel mantinham contato permanente com a finalidade de fixar preços e ajustar vantagens em licitações, de forma a dividir o mercado, inclusive por meio de subcontratações, e designar previamente os vencedores dos certames, causando prejuízo à livre concorrência e aos cofres públicos''.
A investida policial contra a Nilcatex e outras se tornou um dos grandes escândalos do poder público anos 2010. Houve apurações também no Amazonas, Roraima e Paraná.
Uma das investigações contra a Nilcatex ocorreram em Campo Grande, por superfaturamento no contrato, mas foi arquivada pelo MPE. Uma das várias polêmicas da empresa se deu no Rio Grande do Sul. Lá, vestimentas vieram com etiqueta ''Made in Paraguai'', que denota que as peças foram fabricadas no país vizinho e tiveram custo menor, deixando o contrato mais lucrativo.
A Nilcatex Têxtil, originária de Santa Catarina, mas que tem filial no Polo Industrial em Campo Grande, foi vencedora de dezenas de licitações públicas em prefeituras de Mato Grosso do Sul. Na Capital Campo Grande não foi diferente. A empresa se sagrou vencedora em diversas administrações.







