O vereador Waldecy Batista Nunes, o Chocolate, disse ao promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco, que 'ouviu boatos' sobre a possível compra de votos de vereadores ocorrida durante o período que resultou na cassação do prefeito Alcides Bernal, do PP, em 2014. No entanto, o parlamentar afirmou que nunca soube de algo 'concreto' que pudesse confirmar o ato.
A declaração do parlamentar consta no documento de Termo de Declaração, e foi feita durante o colhimento de depoimentos do mandado de condução coercitiva realizado no dia 25 de agosto de 2015, em que os nove vereadores foram detidos para prestar esclarecimentos ao promotor. O Top Mídia News teve acesso com exclusividade as informações.
Assim como os nove parlamentares, Chocolate está entre os investigados na Operação Coffee Break, que apura possível compra de vereadores durante o processo que resultou na cassação de Bernal.
No depoimento, o vereador relata que apoiou Bernal durante a eleição, mas que no decorrer do tempo, após ser eleito, teve problemas de cunho pessoal após o prefeito o ter chamado de 'burro' em público. Ele ainda disse que Bernal se tornou uma pessoa intransigente a não querer fazer articulações políticas. Diante da situação, Chocolate afirmou que 'cortou relações com Bernal' e assumiu na Câmara Municipal a postura parlamentar de independente.
O vereador foi questionado se havia participado de alguma reunião com o prefeito afastado Gilmar Olarte ou com ex-governador André Puccinelli, do PMDB, antes da cassação, conforme o vereador Airton Saraiva (DEM) denunciou. O vereador negou ter feito reunião com a presença Olarte e declarou que 'nunca participou de reunião com o ex-governador André Puccinelli'.
Chocolate ainda revelou que não conhecia Gilmar Olarte antes e que só passou a conhecê-lo, após Bernal ter apresentado o pastor a ele. "Que apesar de ser do mesmo partido não tinha nenhuma ligação com o prefeito Gilmar Olarte", e ainda declarou, 'que não fez nenhuma indicação da administração municipal ', depois de Olarte assumir o comando da prefeitura.
Empresários
O vereador ainda revelou ao promotor que não conhecia o empresário João Amorim, que só passou a conhecê-lo, após a Polícia Federal deflagrar a Operação Lama Asfáltica. 'E que não conhece João Baird', mas que sabia que eles mantinham contratos com a prefeitura.