O senador paraguaio Arnoldo Wiens, membro da Comissão Parlamentar Bicameral que investiga o assassinato do jornalista Pablo Medina, ocorrida há dois meses no departamento de Canindeuú, na fronteira com Mato Grosso do Sul, denunciou às autoridades locais o suposto envolvimento do governador eleito Reinaldo Azambuja (PSDB) com acusado da morte do profissional.

Conforme o senador, em reportagem divulgada mundialmente pela agência EFE, Reinaldo Azambuja teria uma "grande amizade" com Vilmar Acosta, principal suspeito de ser o "cérebro" do assassinato do jornalista. A denúncia foi feita nesta terça-feira (16) também pelo jornal ABC Color do Paraguai e pelo Portal Uol no Brasil. O senador acrescentou que não há dúvidas de que haja outras conexões entre o "clã Acosta" e políticos importantes do Brasil.

Segundo o Portal UOL, Wiens se referiu a dados e informações obtidas na região do assassinato de Medina e da sua assistente Antonia Almada. O parlamentar paraguaio entregou as informações a promotoria e as declarações do motorista da vítima Arnaldo Cabrera, que foi o único detido pelo crime até o momento.

Vilmar Acosta era prefeito do Partido Colorado da cidade de Ypejhú, no departamento de Canindeyù e até o momento encontra-se foragido da Justiça. Os supostos autores materiais do crime, seu irmão Wilson e seu sobrinho Flavio Acosta, também estão foragidos.
 
A morte de Medina e Almada provocou um enorme debate no Paraguai sobre as conexões entre narcotraficantes e políticos, colocadas em evidência em um relatório da Secretária Nacional Antidrogas revelado pelo Congresso. O Paraguai é o maior produtor de maconha da América do Sul e o Brasi,l o principal destinatário dessa droga.

O governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, foi eleito no dia em 26 de outubro, no segundo turno das eleições, governador de Mato Grosso do Sule foi diplomado na última segunda-feira (15) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado.

Conexão

Segundo divulgado pelo jornal paraguaio ABC Color, o principal do país, as denúncias do senador foram realizadas publicamente, e falam em visitas de Reinaldo a Vilmar ainda neste ano. 

“En varias ocasiones solía ver en la casa de Vilmar al político brasileño Reinaldo Azambuja, a quien conocía como ‘45’, este siempre venía acompañado de varios políticos brasileños [em várias ocasiões ocorria ver na casa de Vilmar o político brasileiro Reinaldo Azambuja, que concorria como 45, este sempre vinha acompanhado de vários políticos brasileiros”, teria revelado Cabrera, único preso pelo crime.