A CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) foi instaurada na semana passada na Câmara dos Deputados e será palco de embate entre petistas em bolsonaristas. De Mato Grosso do Sul, a deputada Camila Jara (PT) e os deputados do PL, Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira devem protagonizar o nome do Estado com participações mesmo estando como suplentes.
A CPI foi instaurada após pressão da ala do agro, conservadores e bolsonaristas que acusam o MST de invasão de terras produtivas. Tanto que o deputado Ricardo Salles (PL-SP), que foi ministro do Meio Ambiente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tentou “passar a boiada” será o relator.
A deputada Camila Jara afirma que vai fazer a defesa do MST e desmistificar a falácia de que o grupo prejudica o país, mostrando os números da agricultura familiar, que coloca comida na mesa dos brasileiros.
Segundo ela, a CPI do MST foi instaurada apenas para dar palco aos políticos de oposição. "Mesmo sabendo que a CPI do MST só foi instalada como uma tentativa de tirar o foco das discussões que o Brasil realmente precisa, assumimos o compromisso de defender o movimento que mais contribui com a segurança alimentar do país e vamos aproveitar para apresentar dados e divulgar a verdade sobre a agricultura familiar, que produz alimento sem veneno e ainda ajuda a conservar a natureza".
Já o deputado bolsonarista Marcos Pollon, acusa do MST de praticar terrorismo em terras de ruralistas. “A criação da CPI do MST vai investigar os atos desse grupo terrorista, quem está por trás e financiando esses criminosos, porque quem invade propriedade é criminoso, ou agora existe um terrorista do bem?”, questionou.
O deputado Rodolfo Nogueira é contra o MST. O produtor rural vem postando em suas redes sociais que o movimento não produz e não é autossustentável. Ele apresentou requerimento pedindo a presença de lideranças do MST como João Pedro Stédile e José Rainha Júnior, para prestarem esclarecimentos.
“Nos governos passados do Lula, eles viviam de cesta básica e bolsa família, esses benefícios que sempre sustentaram esse tipo de movimento. Um absurdo ter que ouvir que o MST é autossustentável! O movimento é uma das principais organizações sociais do Brasil e recebe recursos públicos de diferentes fontes para suas ações.”