De volta à Câmara Municipal, o vereador eleito Loester Nunes (PMDB) se compromete em legislar para todas as classes de trabalhadores. “Minha maior preocupação é ajudar a administrar Campo Grande. É ser vereador de Campo Grande. Eu não sou vereador partidário ou pertencente a minha classe de médicos. Eu vou lá para defender a saúde, os interesses de Campo Grande. Não interessava pra mim quem seria o prefeito”, declarou.
Com longa experiência no Poder Legislativo, ele destaca que um dos principais desafios dos vereadores é fazer as leis já vigentes sejam cumpridas. “Eu fui deputado, já fui vereador, nunca fui de ficar inventando muita coisa. Sou um cara simples, vejo o que há de necessidade no momento. Porque ficar fazendo leis e leis não resolve o problema. Nós temos que cumprir as leis municipais”.
Apesar de não ter realizado aliança formal com o prefeito eleito Marquinhos Trad (PSD), Loester declara que apoiou o candidato vencedor durante a campanha e pretende continuar auxiliando a administração. De acordo com ele, a prioridade do próximo governo deve ser retomar obras paralisadas na gestão de Alcides Bernal (PP).
“O maior objetivo nosso da Câmara não é fazer pedidos de obras e obras e obras. É terminar o que está aí. Nós temos que exigir do prefeito o término. Não há como se começar um Ceinf (Centro de Educação Infantil) pra lá e outro pra cá se tem um monte parado, sem término. Esse primeiro ano do governo, ele tem que organizar a casa, terminar as obras e aí tem três anos para aplicar, começar a fazer realmente o que ele imagina de benefício para Campo Grande”, opina.
Ainda segundo o vereador eleito, Marquinhos deve manter o básico inicialmente, como reorganizar o sistema de saúde, disponibilizando médicos e remédios nos postos, e garantir uma educação de qualidade, negociando com os professores para evitar novas greves. Na opinião dele, um prefeito bem intencionado pode fazer isso, pois “não precisa de tanto recurso”, e pode aproveitar o primeiro ano para refazer o planejamento urbano do município.
“Neste período, ele estuda Campo Grande para abrir avenidas, fazer com que seja uma cidade que a gente possa se deslocar com rapidez, que não tenha o problema de cidades grandes. Temos que rever o nosso trânsito. E tem os serviços emergenciais que você não podem parar, como o tapa-buraco. Você não pode agora querer recapear ruas inteiras quando você tem buracos para tudo quanto é lugar”, explica.
Recado das urnas
Com planos de ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa no futuro, Loester também faz uma avaliação do resultado das urnas, que promoveu a renovação de 62% da Câmara Municipal. Para ele, a população está passando por um processo de transformação e já não suporta mais tantos escândalos de corrupção, apostando do novo para garantir que o sistema vai mudar.
“A mudança vai continuar daqui a dois anos nas eleições do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas do país. As assembleias tinham que ser mudadas. A população deu o recado e aqui em Campo Grande nós estamos vendo absurdos sendo espalhados para a população e vai ter uma renovação também”, aponta.
Por fim, ele destaca que a população culpa os vereadores pela cassação de Alcides Bernal, mesmo que ninguém tenha sido condenado nas ações geradas pela Coffee Break. Com breve passagem pela atual legislatura, quando o vereador Jamal Salem (PR) assumiu a secretaria municipal de saúde na administração de Gilmar Olarte (Sem Partido), Loester arrisca dizer que também seria afetado se tivesse continuado na Câmara Municipal.
“Todos os candidatos que foram reeleitos tiveram votação pífia. Teve uns que ganharam na ‘rabeira’ do negócio. Isso mostra que a população realmente queria mudança. Não quer dizer que esses vereadores que não foram eleitos não tinham condições ou não mereciam ser reeleitos. Sim, estiveram lá, trabalharam. Mas a interpretação da população diante do caos que se instalou no nosso país e na nossa Capital com a tal da Coffee Break foi que realmente fez essa mudança”, completa.