Durante lançamento da pedra fundamental do Hospital da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems), na manhã desta segunda-feira (17), em Campo Grande, com a ausência do governador André Puccinelli (PMDB) que de última hora se fez representar pela secretária de Estado da Educação, Thie Iguchi Viegas dos Santos, o senador Delcídio do Amaral (PT) foi o mais assediado entre as autoridades presentes.
Coerente em suas posições, o senador defendeu a posição petista de apoio total ao ex-prefeito Alcides Bernal e ressaltou que “ninguém pode falar nada do PT, porque mantivemos posição do começo ao fim", e ressaltou que foi uma defesa . Em relação ao governo municipal de Gilmar Olarte, avaliou que ainda é muito recente e não pode ter uma avaliação precisa, mas observou que ele acertou ao procurar o diálogo com as diversas correntes partidárias. "Bernal erro neste ponto. Ele ganhou sozinho, mas não podia governar sozinho", avaliou.
Eleições
Questionado sobre a possibilidade de Reinaldo Azambuja (PSDB) ser candidato a vice-governador em sua chapa, evitando um confronto direto nas urnas com o atual governador, disse que é clara a posição do deputado: "Ele sai candidato a governador ou ao Senado, é a posição que ele colocou como clara e absoluta".
As possibilidades, nesse caso, de uma coligação com PPS de Athayde Nery, que esteve presente em recente evento do PSDB em Ponta Porã e que foi vice na chapa de Azambuja para a prefeitura da Capital, ou do PDT de João Leite Schmidt, para agregar maior tempo do horário gratuito, não foi descartada. "Estamos no momento de agregar, buscar coligações. Estamos abertos e articulado. Nós queremos que o vice-governador da chapa seja uma nova liderança política. Achamos que o momento é de dar espaço para essas novas lideranças" disse Delcídio.
Essa postura joga por terra as pretensões de velhos caciques que tem procurado colocar seus nomes como 'candidatáveis', e abre um enorme leque de possibilidades. Excluído a possibilidade de chapa pura, com um vice do PT, como quer o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos (Zeca do PT), e o PSDB que já ocuparia o senado com Azambuja, a disputa atrai os novos partidos que tiveram bom desempenho nas eleições 2012.
Os partidos tradicionais que não renovaram suas lideranças, nesse caso, seriam bons parceiros para compor a chapa proporcional. No PDT, Dagoberto Nogueira deixou de ter alguma expressão política, ainda que se ofereça sempre e para qualquer cargo; João Leite Schimdt não vestiria bem a roupagem de candidato a cargo executivo, preferindo a roupagem mais confortável, e que lhe cabe melhor, de arguto articulador; Felipe Orro prefere o legislativo. O PPS, outro partido disputado em função do horário eleitoral gratuito, e mesmo tendo Athayde Nery participado como candidato a vice de Reinaldo Azambuja, não possui contingente eleitoral expressivo no Estado. Do PSD e seu presidente Antônio João, o senador quer se afastar até uma distância segura.
Carta na manga
Essa nova liderança está sob a manga do terno que Delcídio mandou talhar para sua possível posse no Parque dos Poderes. Talvez o 'novo' passe a ocupar o patamar de 'nova liderança' a partir destas eleições. O senador guarda a sete chaves este nome, se é que já o tem, e aumenta a expectativa entre os partidos candidatáveis.