Cerca de 30 funcionários do Programa Social Criança Feliz, em Campo Grande, foram surpreendidos com a demissão em massa na última sexta-feira (7). Os trabalhadores, que atuavam como visitadores do programa, tinham contratos vigentes até maio de 2026, mas foram informados em uma reunião convocada pela Prefeitura de que estavam sendo desligados imediatamente.
Segundo relato de uma das ex-funcionárias, de 50 anos, que pediu para não ser identificada, o encontro havia sido anunciado como uma reunião para tratar do “reordenamento do Serviço de Proteção no Domicílio para Gestantes e Crianças de 0 a 6 anos”. No entanto, ao chegarem ao local, os servidores foram informados de que o programa havia sido encerrado.
“O contrato valeria até maio do ano que vem, mas fomos chamados na sexta e desligados. Disseram que ficariam apenas duas equipes, da Moreninha e do São Conrado. Foi um golpe”, diz emocionada.
A ex-servidora, bastante abalada, contou que as equipes foram desfeitas de forma repentina, sem aviso prévio, e que a justificativa dada é de que o Criança Feliz será incorporado ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) a partir de janeiro de 2026.
“Alegaram que o programa acabou, mas acreditamos que foi por contenção de gastos. Mantiveram duas equipes, provavelmente para não perder o repasse federal. Vão continuar recebendo pelo programa com só duas equipes funcionando”, fala.
Cada equipe era formada por quatro a cinco pessoas, e com a reestruturação, aproximadamente 27 a 30 trabalhadores ficaram sem emprego do dia para a noite.
“Não consigo nem falar. A gente acreditava que estaria empregado até o ano que vem e veio essa bomba. Tenho parcelas, dívidas, um sogro acamado com câncer. É desesperador”, completa em lágrimas.
Os ex-funcionários afirmam que vão procurar seus direitos na Justiça, alegando quebra de contrato.
Em nota, a Prefeitura alegou adequação no projeto. "A Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) ressalta que o Programa Criança Feliz, não está sendo encerrado imediatamente, mas sim passando por um processo de transição em virtude de uma nova diretriz federal", diz.
* Matéria editada às 14h11 para acréscimo da resposta da prefeitura
