O deputado federal Fábio Trad (PSD) afirmou que é preciso ter paciência infinita para legislar após o deputado bolsonarista Giovani Cherini (PL-RS) indicar que o uso de máscara ‘pode ter contribuído para evolução do câncer do prefeito de São Paulo, Bruno Covas’, morto no último domingo (16).
Em plena sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o parlamentar, que é vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara, pediu a palavra para falar contra o uso de máscaras de proteção contra a covid-19.
"Falaram tanto do nosso querido e saudoso Bruno Covas [...] a máscara que ele usou durante toda a campanha pode ter prejudicado o câncer que ele teve", disse. E acrescentou, sem provas ou estudos, que “a máscara tem causado ansiedade nos brasileiros”.
O coro dele foi seguido por outros parlamentares que são contra o uso do item sanitário.
Barbaridade!
Fábio Trad, que é a favor da ciência e de políticas amparadas em estudos para lidar com a covid-19, lamentou a fala.
“Legislar neste ambiente político binário e reducionista exige paciência de Jó: um deputado agora na CCJC imputa a piora do quadro de saúde do querido Bruno Covas ao uso da máscara de proteção à covid, uma vez que as células precisam respirar. Que barbaridade!”.
Deputados não querem usar máscara
A discussão seguiu e a presidente da CCJ, que também é bolsonarista, Bia Kicis (PSL-DF) não permitiu que a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) rebatesse a fala de Cherini.
Kicis foi aconselhada pela deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) a fazer o uso da máscara enquanto presidia presencialmente a reunião do colegiado. Porém, Bia disse que só utilizaria a máscara quando estivesse "ouvindo", não enquanto estivesse "falando".