O deputado federal Fábio Trad (PSD) foi o único [até o momento] de Mato Grosso do Sul, a se posicionar contra a PEC 3/21 ‘da imunidade parlamentar’. Os deputados votam nesta quinta-feira (25), a proposta que restringe a prisão em flagrante de parlamentar somente aos casos relacionados a crimes inafiançáveis listados na Constituição, como racismo e crimes hediondos.
Seria cômico se não fosse verdade, mas a sessão está marcada para as 15 horas e chega a cheirar a institucionalização do corporativismo legislativo. Coincidentemente, a PEC tramita às pressas e logo após os parlamentares decidirem por manter a prisão do deputado federal Daniel Silveira, do PSL.
Deputado Fábio Trad, que votará contra, explicou que, caso aprovada, a PEC pode beneficiar Silveira, mas impedirá prisão de deputados pegos em flagrante cometendo corrupção.
“A Câmara está prestes a votar uma PEC que atenta em termos éticos, jurídicos e contra os princípios elementares da boa política. Uma PEC que proíbe a prisão em flagrante de deputados em atos de práticas de corrupção, que deveria ser crime hediondo. Como pode? Essa PEC é absolutamente condenável e se aprovada beneficiará alguém cuja a prisão foi chancelada pela Câmara há uma semana. Existe uma contradição, um despropósito que insinua até uma emboscada jurídica e uma armadilha”, disse Trad durante discurso dos parlamentares.
A proposta foi apresentada pelo deputado Celso Sabino (PSDB-PA), com o apoio de 185 deputados.
Segundo a Agência da Câmara, a relatora é a deputada Margarete Coelho (PP-PI), que adiantou que fará mudanças em alguns pontos, como aqueles que tratam da inelegibilidade e as condições para a prisão em flagrante.