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Política

Derrota em principais cidades de MS deixa Reinaldo em alerta para 2018

Com projeto ameaçado, governo enxuga a máquina pública e tenta resgatar a popularidade

09 novembro 2016 - 07h00Por Diana Christie

Finalizada as eleições municipais, políticos de todo o país começam as articulações para 2018. Em Mato Grosso do Sul, a derrota do time tucano nos dois maiores colégios eleitorais do estado, Campo Grande e Dourados, representa ameaça aos planos do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), candidato à reeleição.

O alerta amarelo já se reflete em mudanças na administração, que começaram a ser articuladas ainda no período eleitoral, mas devem ser efetivadas o mais breve possível. Entre os ajustes, aparece o corte de funcionários comissionados, anunciado na manhã de segunda-feira (7), e, até mesmo, possível redução de secretarias.

“Hoje, quase a totalidade dos nossos gastos é de funcionários efetivos, aqueles que passaram por concurso e tem estabilidade hoje. O que acontece com Mato Grosso do Sul é que temos um desequilíbrio na previdência e nos gastos com pessoal, que inclui esse déficit previdenciário. Isso tem aumentado a cada ano, mas buscamos um ponto de equilíbrio”, justifica Reinaldo.

Mas os cortes devem continuar. O anúncio de que a vice-governadora Rose Modesto (PSDB) não deve voltar à Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho) após as eleições, por exemplo, já é apontado como indício de que a pasta pode ser absorvida por outra autarquia do Estado, como a Secretaria de Saúde.

Outros setores também podem ser aglutinados, com especulações sobre possível fusão entre a Secretaria de Administração e Desburocratização, que está sob o comando de Carlos Alberto Assis, com a de Governo, de Eduardo Riedel. Oficialmente, no entanto, o Governo do Estado descarta as mudanças.

Aumento de impostos

O enxugamento da máquina pública visa o equilíbrio fiscal, mas também o resgate da popularidade tucana. A administração de Reinaldo sofreu diversos desgastes com os reajustes de impostos como o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos Supérfluos e do ITCD (Imposto Sobre Transmissão de Causa Mortis e Doação de Quaisquer Natureza), além de não manter a redução do ICMS sobre a gasolina.

Isso se refletiu nas urnas, com as derrotas de Rose Modesto em Campo Grande e do deputado federal Geraldo Resende, que entrou na disputa como favorito pela prefeitura de Dourados. O resultado é significativo, pois Reinaldo era considerado ‘azarão’ na eleição anterior, que apontava vitória para Delcídio do Amaral, e conseguiu a virada nos grandes colégio eleitorais, em especial na Cidade Morena.

Por exemplo, Reinaldo obteve 63,59% dos votos na Capital contra 36,41% do adversário. Em Dourados, a diferença sobre Delcídio foi de 60,66% sobre 39,34%. Ambos os dados são do segundo turno da eleição. Assim, o aumento de prefeituras do PSDB em todo o Estado ajuda o projeto tucano de 2018, mas não garante uma vitória tranquila ao atual gestor, como ocorreu com seu antecessor, André Puccinelli (PMDB). Em alerta, agora o governo batalha para recuperar a popularidade.