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quinta, 28 de março de 2024 Campo Grande/MS
NOTA PREMIADA
Política

Eleição da OAB vira caso de polícia após fake news de foragido da Justiça

Rede de blogs de fake news administrada por condenado por extorsão atrapalha eleição da Ordem

19 novembro 2018 - 11h50Por Vinícius Squinelo

O registro de um boletim de ocorrência, na semana passada, mostra o nível que a eleição da OAB/MS atingiu nesta reta final. De acordo com o documento, registrado na 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande pela candidata Rachel Magrini, ela foi vítima de diversas notícias falsas publicadas em blogs e sites ligados a Antônio Fabiano Portilho Coene, condenado por extorsão e crimes eleitorais e que está foragido da Justiça. 

As fake news divulgadas pelo blogueiro fazem ataques à candidata, sua família e membros da chapa que concorre à presidência da OAB, sem apresentar fatos ou provas. O caso seria apenas de injúria e difamação, não fosse a proximidade de Portilho e do autor das notícias, Lucas Cabral, com um adversário de Rachel: o atual presidente Mansour Karmouche, que busca sua segunda reeleição. 

Rachel Magrini citou que os ataques ocorrem por conta do processo eleitoral na OAB. “Estou sendo atacada por blogueiros bandidos, condenados pela Justiça e que mesmo sem ser advogados manifestam apoio ao candidato Mansour. Atacaram minha família, membros da chapa e em nada acrescentam ao processo eleitoral da OAB”. 

Segundo a advogada, “a falta de transparência nas contas da instituição permite que blogueiros recebam verba publicitária sem prestação de contas”.

Envolvido na situação, Mansour foi ao ataque. “Eles (chapa contrária) vão ter que arcar com a acusação. Se me envolverem nisso vou processar”.

O presidente da OAB até reconhece ter vínculo com os envolvidos, mas destaca que já chegou a representar criminalmente contra Portilho por difamações durante a escolha do desembargador indicado pela instituição. “Não tem nada a ver, eu conheço eles (Lucas e Portilho), mas eles são independentes, escrevem o que quiser, essa acusação é totalmente eleitoreira”, disparou.


(Mansour, na direita, reconhece relacionamento com Lucas, mas nega orientações / foto: reprodução)

"Isso é uma grande armação", finaliza Mansour.

OS POSTS
Em posts do Facebook, Lucas Cabral apresenta material de apoio à candidatura Mansour e, antes de ser preso, Portilho foi visto várias vezes no gabinete do presidente da OAB, de acordo com fontes da instituição. Ele seria visita constante ao presidente e deixou sua rede de blogs à disposição de Mansour, não apenas contra adversários na eleição da OAB. 

No boletim de ocorrência, Magrini destaca que Portilho e seu comparsas tentam confundir o leitor ao citar pessoas investigadas em operações policiais recentes como se fossem clientes e comparsas do escritório da advogada. Além disso, também usam de informações falsas para fazer crer que a advogada é quem comete crimes.