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CAMARA MUNICIPAL MARÇO 2024
Política

Prisão de casal Olarte coincide com 'aniversário' de investigação arquivada na Câmara

Denúncia apontava suspeitas de corrupção passiva e lavagem dinheiro

16 agosto 2016 - 19h00Por Rodson Willyams

A prisão do prefeito afastado Gilmar Olarte, juntamente com a esposa Andreia Olarte, ambos do PROS, e mais duas pessoas marca também um ano desde o arquivamento de processo investigativo contra o então chefe do Executivo pela eventual prática de seis crimes, sendo um deles lavagem de dinheiro. Quem lembra o fato é a vereadora Luiza Ribeiro, do PPS.

Poucos vereadores na Câmara Municipal quiseram comentar sobre o caso nesta terça-feira (16). Depois de reavivar o assunto, Luiza reclamou que os vereadores se silenciaram e ignorarem a sua declaração, encerrando a sessão ordinária às pressas. “Não quiseram debater”, acusou.

"No dia 13 de agosto, a Câmara recusou a abertura do processo contra o Gilmar Olarte. Naquela ocasião, nós apresentamos seis temas, um dele era contra a corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Mas naquele momento, a Câmara achou que ele não deveria responder isso aqui no plenário. Mas agora, nós vimos que a Justiça atuou nesse processo. Lamentavelmente, foi um absurdo a cassação do prefeito Alcides Bernal, e a prefeitura ficou nas mãos de pessoas completamente irresponsáveis como vemos agora", continua a vereadora.

Luiza Ribeiro ainda afirmou que a Câmara Municipal errou em não ter aberto processo contra Olarte. "Foi um equívoco, talvez houvesse falta de informação. Mas no meu entendimento, junto com o Alex e a Thais Helena,[ambos do PT]  reunia todas as condições para que, naquele momento, a gente retirasse da prefeitura, por um ato da Câmara, o prefeito Gilmar Olarte, mas isso não foi possível e logo depois a Justiça veio e corrigiu com a prisão de Gilmar Olarte e Andreia Olarte".

A reportagem procurou o presidente da Câmara Municipal, após a sessão ordinária, que inicialmente, não quis comentar o caso, mas explicou que o processo foi arquivado.  "Foi arquivado porque na oportunidade, tudo foi analisado e discutido e não houve o entendimento que deveria se agir diferente da forma como agiu".

O pedido de investigação na Câmara ocorreu logo após as denúncias da Operação ADNA serem reveladas em rede nacional. O caso ficou conhecido como 'Cheque em Branco’.

Prisão

Sobre a prisão de Gilmar Olarte, o presidente reforçou que não gostaria de comentar o caso, mas disse de maneira geral, que a prisão de Olarte, "seria uma situação pessoal, particular da vida privada de Olarte. Não conheço o processo, mas é um assunto referente à vida pessoal dele e não tem nada a ver com o exercício dele enquanto vice-prefeito".

Por fim, o vereador Edson Shimabukuro, do PTB, único a comentar o caso, disse que isso é reflexo de um processo que existe contra a prefeitura e os vereadores. "Isso está sendo apurado. A gente fica também alarmado com isso, porque ouve um lado e não se ouve o outro. A Justiça tem que ser cega e acho que isso vai repercutir e vai aparecer muitos caminhos".

O vereador ainda afirmou que, com a prisão de Gilmar Olarte, esse fato também pode respingar na Operação Coffee Break. "Acredito que tudo é possível, não só uma questão contra o prefeito, mas também pode ser contra os vereadores. Eles dizem que estão envolvidos e, por exemplo, no meu caso, há situação que não são verdadeiras e eles (MPE) só pegaram o depoimento do Paulo Pedra e do Bernal. Então, no meu caso, isso é injusto, mas não tenho nada a temer, estive com o Bernal, mas após a CPI, que constatou erros e improbidade, votei a favor e estou com a minha consciência livre".