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Política

Em MS, petistas avaliam substitutos para o PMDB e falam em 'tiro no pé' de ex-aliado

29 março 2016 - 09h20Por Dany Nascimento

No dia em que o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) pretende oficializar o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), os petistas de Mato Grosso do Sul alegam que a atitude já era esperada, mas pode resultar em um "tiro no pé".

Para o deputado estadual Amarildo Cruz (PT), o PMDB vai sair perdendo ao romper com o Governo, levando em consideração que partidos que não pertencem à base da presidente já estão de 'olho no espaço deixado pelo PMDB'.

"É lamentável que isso aconteça, mas acredito que o PMDB mostrou mais uma vez que é oportunista porque já chantageava o Governo querendo mais espaços, mas não faz o que é bom para a governabilidade do país. Eu estou acompanhando o que a população pensa dessa decisão pelas redes sociais, acompanho na imprensa, nos lugares que frequento e acredito que essa decisão será um tiro no pé", defende o parlamentar.

Questionado sobre o rompimento facilitar o impeachment de Dilma, Amarildo reconhece que o Governo perde forças devido ao número de votos a favor do processo de impugnação do mandato, mas confia em novas articulações. "Esse isolamento facilita, mas acredito que temos outros ingredientes. Isso não mata o governo, que terá espaços para rearticular sua base. PMDB e PEN contam com 71 deputados, mas temos partidos que já demonstraram que estão interessados nos espaços abandonados pelo PMDB".

O deputado ressalta ainda que o rompimento com o PMDB pode gerar uma reviravolta e trazer benefícios tanto para o governo de Dilma, quanto para país. O colega de bancada de Amarildo, deputado Cabo Almi (PT) classifica a 'guerra entre Michel Temer (PMDB) e Dilma como ponto negativo para o Partido dos Trabalhadores'.

"O quadro agora ficou mais complicado, é interessante que a presidente avalie os próximos passos e veja no tabuleiro quais são as peças que estão faltando. O rompimento é perigoso, facilita para que o processo seja aceito, mas acredito que nem todos do PMDB concordam com a decisão. O PT teme que isso aconteça sim, mas temos que buscar alternativas para impedir", diz Almi.

Na mesma linha de raciocínio, o vereador Alex do PT destaca que o PMDB vem implementando uma 'escalada golpista' em direção ao Governo Federal. "O que vemos é uma escalada golpista implementada. São manobras perigosas para a democracia. Um cara que não disputou as eleições tem intenção de assumir o país, mas isso é algo muito ruim para o futuro do Brasil. A Dilma não cometeu nenhum ato ilícito para que isso aconteça".

Alex não se posiciona favorável às decisões da presidente e defende que se o Brasil clama por mudanças, elas devem ser exigidas de Dilma, que foi eleita através do voto popular. "Não estou aqui para defender todas as decisões tomadas pelo governo da presidente Dilma, mas se querem mudança, elas devem ser exigidas de Dilma que foi eleita pelo voto popular. Essa situação é vergonhosa para o país".

O vereador acredita que a intenção do PMDB é tirar o foco dos investigados na operação Lava Jato. "Não adianta eles acharem que com essa atitude conseguirão tirar o foco da operação, o PMDB tem pessoas sendo investigadas assim como o PT, não adianta achar que agindo assim sai de cena".

Diante da possibilidade de Michel Temmer (PMDB) assumir o governo, Alex afirma que o peemedebista deve implementar um modelo de gestão anti-trabalhadores. "As medidas que podem ser adotadas por ele que pretende assumir o governo sem ter disputado as eleições, através de um golpe, serão anti-trabalhadores".