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Política

01/09/2016 07:00

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Na política de MS, tradição familiar e árvore genealógica viram 'força' nas eleições

Alguns dos postulantes também conquistaram fama própria, principalmente entre os mais jovens, com virais nas redes sociais

Com as mudanças nas regras eleitorais, que reduziu o período de campanha, alguns candidatos no início de carreira ganham certa vantagem entre os concorrentes por carregar o nome da família ou emprestar a ‘fama’ de seus apadrinhados políticos. A tradição passada de geração em geração está presente em todas as correntes partidárias e algumas ‘estrelas’ despontam na corrida por uma vaga em um dos poderes constituintes em Campo Grande.

Fazendo fama desde as primeiras manifestações contra a presidente Dilma Rousseff (PT), o candidato Marcelo Heitor (PCdoB) ficou conhecido após viralizar um vídeo em que desdenhava da oposição à governista. Nas imagens, que foram comentadas até pelo ator Alexandre Frota, ele critica o posicionamento de direita e chama os protestos de ‘mimimi’. Tudo isso enquanto dirige um carro de luxo.

Filho do prefeito Heitor Miranda (PT), de Porto Murtinho, e sobrinho do deputado federal e ex-governador Zeca do PT, Marcelo aproveitou o ‘buzz’ gerado em torno de seu nome e usa até mesmo as críticas e ofensas para alavancar sua carreira. Em uma das postagens na rede social Facebook, ele até compartilha um artigo opinativo em que o autor garante: “falar sobre Marcelo tá dando mais repercussão do que falar sobre qualquer outro candidato a Prefeitura por exemplo [sic]”.

Aproveitando a tradição familiar e pegando carona no bom desempenho eleitoral da esposa, a deputada estadual Grazielle Machado (PR), o candidato Herlon Zaparoli, identificado nas urnas ‘Shao’ (PR), entrou para a seleta lista de ‘famosos’ na internet. Ele protagonizou uma discussão que terminou em troca de agressões físicas com seguranças da Santa Casa de Campo Grande em junho deste ano.

Na ocasião, o casal procurava atendimento para o filho caçula, de um ano, que estava com suspeita de meningite. Barrado na portaria, o candidato, que também é publicitário, acusa os seguranças de iniciar a briga com um empurrão. Já a Santa Casa garante que foi o casal que desrespeitou as regras do local. Escândalos à parte, Herlon se lança candidato com apoio da esposa e, tão importante quanto, do sogro, o ex-deputado Londres Machado.

Ex-governadores

Candidato à prefeitura de Campo Grande, o ex-deputado Pedro Pedrossian Filho (PMB) não pode ser considerado um iniciante na carreira política, mas sempre vai carregar o peso do sobrenome famoso. Filho do ex-governador Pedro Pedrossian, ele havia encerrado o último mandato eletivo em 2002, mas agora retorna com a promessa de repetir os feitos do pai, que tanto deu orgulho para a família.

Na sua icônica carreira, ficou conhecido como o parlamentar do ‘projeto Pokémon’, criado para proibir propagandas nos canais por assinatura já que o consumidor paga pelo serviço e, teoricamente, deveria ficar livre deste incômodo. Um de seus discursos, em que ressaltava a repetição de vários programas, como o desenho Pokémon, que não apresentava novos episódios há anos, acabou sendo ridicularizado no Programa do Jô e o apelido ficou.

O ex-governador e ex-coordenador do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), Marcelo Miranda Soares, também fez escola e será representado pelo neto nestas eleições, o advogado João Henrique Catan (PSDB). O jovem tem como principal plataforma de campanha sua página na rede social Facebook, onde apresenta suas propostas e divulga ações políticas, como visita à bancada federal de Mato Grosso do Sul.

Ele lançou um programa chamado ‘João Henrique Pega Carona Ao Vivo’, no qual vai às ruas e pede carona para os eleitores com a intenção de ouvir a opinião dos campo-grandenses e coletar ideias para incorporar ao seu projeto de gestão. O candidato também ficou conhecido quando, em abril, encontrou a imagem de uma pomba, símbolo do Espírito Santo para a Igreja Católica, na janela de seu escritório, no Jardim dos Estados.

No entanto, a lista de candidatos com familiares políticos é extensa e não acaba por aí. Confira mais alguns casos:

1. Marquinhos Trad (PSD), filho do ex-deputado Nelson Trad e irmão do ex-prefeito Nelson Trad Filho e do ex-deputado Fábio Trad.

2. Otávio Trad (PTB), sobrinho de Marquinhos, Nelsinho e Fábio Trad

3. Magali Picarelli (PSDB), esposa do deputado estadual Maurício Picarelli 

4. Adriane Lopes (PEN), esposa do deputado Lídio Lopes

5. Odilon de Oliveira Junior (PDT), filho do juiz federal Odilon de Oliveira

6. Josué Ramalho Filho (PPS), filho da ex-vereadora e presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Maria Emília Sulzer

7. Kiko Pedra (PP), filho do vereador cassado Paulo Pedra

8. Allison Lopes (PT), marido da vereadora cassada Thaís Helena

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