Transformado em ONG (Organização Não-Governamental), o Instituto Mirim vai ficar sem repasse e profissionais da Prefeitura de Campo Grande, o que representa praticamente a totalidade do atendimento e serviço oferecido. O caso foi parar até no Ministério Público Estadual.
O problema, segundo relatório da administração municipal, começou com o ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), que mudou o estatuto do Instituto, que passou a ser ONG em 2009. Já com Alcides Bernal, do PP, à frente da administração, a situação só piorou. O então prefeito, cassado em março deste ano, teria – ainda conforme o relatório – montado uma equipe própria no Mirim.
Agora, o Instituto segue ocupando prédios e funcionários da prefeitura, além de receber repasse de R$ 500 mil mensais, mas não presta contas para o município. Logo, o Executivo não sabe onde vai parar o dinheiro dado ao Instituto Mirim.
“Os prédios e os profissionais eu não posso manter mais e vou tomar providências junto com a Secretaria de Administração”, afirmou o atual prefeito, Gilmar Olarte, também do PP, em agenda pública na manhã desta quarta-feira (3). Ainda conforme Olarte, o caso já está no MPE, que investiga a situação.
Para que as crianças e adolescentes atendidas pelo Mirim não fiquem desamparadas, outras instituições devem ser contratadas para realizar o mesmo serviço, de experiência acompanhada no mercado de trabalho.
Olarte defende que tentou conversar com a diretoria do Instituto Mirim, mas não foi recebido. Agora, o prefeito “partiu pra cima” e vai tirar a instituição de todos os prédios públicos que ocupa, além de cortar o repasse.
Assim, pela primeira vez em sua história, o Instituto Mirim corre o risco de fechar as portas.