A oposição está pressionando para que os vereadores investiguem a viagem do prefeito Gilmar Olarte (PP) e da primeira-dama, Andreia, em um jatinho particular de luxo registrado em nome da empresa Itel. Se o favorecimento for comprovado, o progressista incorrerá em improbidade administrativa e poderá perder o mandato.
“O prefeito não desmentiu as informações. Agora nós vamos tentar aprovar um requerimento na Câmara para que ela faça uma investigação do uso dessa aeronave de um fornecedor da prefeitura que fatura mais de R$ 10 milhões ao mês. A legislação diz que o servidor público que recebe beneficio de fornecedor comete improbidade administrativa”, explica Paulo Pedra (PDT).
Olarte e a esposa embarcaram em um jatinho EMB-500 na última quarta-feira (11), em Campo Grande, com destino a Brasília (DF). Segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa da prefeitura e pela primeira-dama, nas redes sociais, o casal visitou a ministra de agricultura, Kátia Abreu.
O jatinho de luxo utilizado está em nome da Itel Informática, empresa do milionário João Roberto Baird, que controla a SGI (Superintendência de Gestão da Informação) e mantém contratos com secretarias do município e do Estado.
Segundo a vereadora Luiza Ribeiro (PPS), o pedido de investigações será protocolado nesta segunda-feira (16). “A gente vai solicitar à mesa diretora que traga para a Casa como se deu a viagem, se foi no jato particular, se a empresa mantem contratos com a prefeitura, quais os contratos, se o prefeito foi de carona ou se houve favorecimento”, informa.
Presidente da Câmara Municipal, o vereador Mario Cesar (PMDB) explica que o procedimento pode esbarrar no regimento interno da Casa de Leis que exige, no mínimo, 10 assinaturas para qualquer requerimento para apuração de denúncias. No entanto, ele destaca a importância dos esclarecimentos.
“Ele disse que ia dar uma resposta do por que da utilização da aeronave. Pagou com recursos próprios? Foi uma emergência em que ele tinha uma agenda com o ministro e não tinha voo de carreira? Eu acho que seria de bom tom que ele desse uma satisfação até para evitar especulações. Se ele não explicar pode ficar igual ao tapa-buraco, deixando a imaginação fluir”, avalia.
A Itel mantém um contrato com a prefeitura avaliado em R$ 14,6 milhões para prestar serviços de digitalização de documentos, manutenção de sistemas de informação e operacionalização de soluções do IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação) e da Agetran (Agência Municipal de Trânsito). Em agenda pública realizada ontem (14), Olarte se recusou a dar explicações para a imprensa.